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Internacional
Sábado - 02 de Abril de 2005 às 10:24

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Wadowice, a cidade natal do polonês Karol Wojtyla, segue minuto a minuto as últimas horas de João Paulo II entre a emoção e a espera de notícias vindas do Vaticano neste sábado.

A praça da basílica da Oferenda da Virgem Maria e a vizinha casa dos Wojtyla, hoje um museu, se transformaram nestas horas de agonia em expoente da dor da Polônia mais "papal" e também em epicentro do interesse informativo.

Se na noite anterior, centenas de paroquianos passaram pelo templo, orando "pela alma e já não mais pela vida" -segundo Eugenia Bosara, uma moradora de Wadowice de 70 anos de idade-, hoje, nas imediações da basílica, respira-se o temor e a certeza de que a triste notícia não demorará muito para chegar.

Estudantes da região, um grupo de motociclistas vindos da Cracóvia e também alguns turistas se misturavam dentro do templo com a população de Wadowice, de apenas 20.000 habitantes.

A praça transformou-se em um grande platô de televisão, com dezenas de equipes da televisão polonesa e de toda a Europa circulando por ela. Dentro da basílica, nota-se o desejo dos fiéis de não deixar de se despedir do homem cuja presença é palpável em cada esquina da cidade. Todos têm uma história para contar sobre ele.

"A última vez que o vi pessoalmente foi há dois anos, quando, em uma delegação de Wadowice, visitei Roma e falei com ele", contou à EFE a irmã Magdalena Strzelecka, pedagoga aposentada e, agora, zeladora dos tesouros do museu papal. Há algumas semanas, durante sua última estadia na clínica de Roma, enviaram ao papa um livro dedicado pelos moradores de Wadowice.

Em um pequeno escritório da casa dos Wojtyla, a irmã conta que conhece o papa há 44 anos e se sente cômoda para falar sobre a vida de João Paulo II. "Durante todo o ano, recebemos aqui cerca de 270.000 visitas. O usual é ter 2.500 por dia, mas quando o papa esteve aqui elas se multiplicaram e chegaram a 5.350", explica.

O museu papal, instalado em uma casa de 150 anos que foi propriedade de um judeu -"o pai de Karol Wojtyla a alugou"-, é um edifício relativamente pequeno e modesto.

Nessa casa, Karol Wojtyla viveu desde que nasceu em Wadowice, em 1920. Lá residiu regularmente até que foi ordenado sacerdote, em 1946. Nela ficaram suas coisas quando foi para a Cracóvia, a 60 quilômetros de distância e de onde foi nomeado arcebispo em 1963. A cidade inteira se considera guardiã de seu legado mais íntimo e pessoal.

As pantufas oferecidas ao visitante para não danificar o chão do museu mudam de usuário sem descanso. Os velhos esquis de um apaixonado pelo esporte de neve, fotografias familiares combinadas com as de sua missão pastoral pelo mundo formam o museu, agora propriedade municipal.

As equipes de televisão movimentam-se por seu interior com dificuldade: não é fácil andar com a câmara no ombro e com os pés nas pantufas.




Fonte: EFE

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