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Internacional
Sábado - 02 de Abril de 2005 às 09:47

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O Parlamento iraquiano se reunirá amanhã, pela terceira vez desde as eleições de 30 de janeiro, para tentar escolher um presidente da Câmara, enquanto continua a campanha da insurgência, que matou quatro policiais e um civil neste sábado.

As novas mortes foram provocadas pela explosão de um carro-bomba em uma estrada da cidade de Jan Bani Sad, na província de Diyala, cerca de 70 quilômetros ao nordeste de Bagdá, segundo fontes da segurança iraquiana.

"Alguns cidadãos avisaram uma patrulha conjunta da polícia e do exército que um veículo suspeito estava estacionado em uma estrada dessa localidade", informou um comunicado do Escritório de Coordenação do comando da polícia de Diyala.

Segundo a nota, o carro explodiu às 8.30 horas (1.30 de Brasília) "quando os membros da patrulha se aproximaram para inspecioná-lo".

Este é o mais recente de uma longa série de atentados que mataram centenas de agentes da polícia e soldados do novo exército iraquiano, acusados pela insurgência de colaborar com a ocupação.

O novo ataque aconteceu menos de 24 horas depois de importantes clérigos xiitas e sunitas emitirem duas "fatwas" (decretos religiosos) convidando os iraquianos a se alistar na polícia e no exército para ajudar a restabelecer a segurança no país.

A primeira "fatwa" tem a assinatura de 64 clérigos, vários deles membros da Organização de Ulemás Muçulmanos, a máxima instância dos sunitas iraquianos, e a segunda foi emitida pelo grande aiatolá Ali Sistani, guia espiritual do xiismo no Iraque.

"Os iraquianos têm que se alistar no exército e na polícia pois são a válvula de segurança para todo o país e não em uma milícia ou um grupo", dizia a "fatwa" sunita, a primeira deste tipo emitida por clérigos dessa comunidade, que pediram aos iraquianos para boicotar as eleições de 30 de janeiro.

Por outro lado, um comunicado militar anunciou hoje a morte de um soldado americano em um confronto com rebeldes na cidade de Ramadi, a oeste de Bagdá. Com esse incidente, sobe para 1.531 o número de militares americanos que morreram no Iraque desde o início da invasão deste país, em 2003.

Em Bagdá, um grupo de homens armados mataram a tiros Hasib Zab, um alto responsável do Ministério da Educação iraquiano, segundo fontes policiais, que não deram mais detalhes.

Enquanto isso, os 275 deputados do Parlamento, eleitos em 30 de janeiro em eleições históricas, se preparam para escolher amanhã um presidente e dois vice-presidentes da Câmara, após não conseguir chegar aos nomes na sessão da terça-feira.

Nesse dia, o Parlamento adiou suas sessões até domingo para dar tempo aos deputados sunitas de propor um de seus partidários como presidente da Câmara, em uma concessão de xiitas e curdos aos sunitas apesar dos seus resultados eleitorais ruins.

Segundo fontes parlamentares, os grupos sunitas apresentarão como candidato à presidência do Parlamento o deputado Mashaan al Yabury, líder do Bloco pela Reconciliação e Libertação (BRL) e membro da tribo do mesmo nome, uma das mais importantes do Iraque e que se estende do norte ao sul do país.

Segundo fontes xiitas, a Aliança Unida Iraquiana (confessional xiita), a principal força no parlamento com 140 cadeiras, é contra a candidatura de Yabury, e apresenta o sunita Fawaz al Yerba, líder de uma importante tribo e primo do presidente em final de mandato do país, Ghazi Al-Yawar.




Fonte: EFE

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