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Presidente da SBPC vê risco na reforma universitária
Rio de Janeiro - "Se não soubermos dar uma direção para a reforma universitária, é melhor não fazê-la", advertiu o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ennio Candotti, em debate sobre a proposta do Ministério da Educação.
"Temos um País à beira da guerra civil e ficamos discutindo eleição para reitor, que não serve para absolutamente nada. Vamos voltar aos nossos tempos de origem e arriscar ser presos também para construir uma universidade no Amapá", disse ele, muito aplaudido pelos estudantes no auditório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na quinta-feira.
Para Ennio, a discussão "está mesquinha". Entre as propostas encaminhadas nesta semana ao MEC, a SBPC argumenta que, se os recursos forem repartidos segundo os desembolsos dos últimos anos, a atual hierarquia e o desequilíbrio entre instituições e orçamentos dificilmente será modificada.
Ennio defende que sejam criadas diretrizes para promover o crescimento de universidades fora do centro-sul do País. "Senão, seremos derrotados todos pela discussão burocrática. Deveríamos usar um critério de vanguarda para criar centros de pesquisa no Acre."
Ennio argumenta que a plena autonomia das universidades pode "engessar" a distribuição de recursos. "A Petrobrás precisa de 1.000 engenheiros e 500 pesquisadores na área de meio ambiente. Isso é o que interessa: a falta de recursos humanos em lugares como a Amazônia. É preciso acoplar os centros mais avançados com os menos avançados", disse.
Também presente à mesa, o secretário de Ensino Superior do MEC, Nelson Maculan, reagiu com ironia e também foi aplaudido: "O Ennio quer dar um microscópio para cada soldado na Amazônia, quer trocar microscópio por fuzil", declarou.
Reitor da UFRJ, Aloisio Teixeira, saiu em defesa do anteprojeto do governo. "Eu gosto do projeto. Se tivesse que escolher entre aprovar como está e jogar no lixo, não hesitaria em aprová-lo. Eu adoro o Ennio, ele continua sendo o meu ídolo, mas a construção do futuro não vai ser feita mais da forma como foi no passado. A gente não pode alimentar utopias que sabe que não trarão resultado. O mundo mudou."
A diretora da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da UFRJ, Angela Uller, afirmou que é "impossível" alcançar a meta do governo de 40% das matrículas em universidades públicas até 2011. "Seria preciso contratar 185 mil professores no período, porque hoje temos 89 mil, o que geraria um gasto de R$ 7 bilhões a mais pagando salários baixos."
"Temos um País à beira da guerra civil e ficamos discutindo eleição para reitor, que não serve para absolutamente nada. Vamos voltar aos nossos tempos de origem e arriscar ser presos também para construir uma universidade no Amapá", disse ele, muito aplaudido pelos estudantes no auditório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na quinta-feira.
Para Ennio, a discussão "está mesquinha". Entre as propostas encaminhadas nesta semana ao MEC, a SBPC argumenta que, se os recursos forem repartidos segundo os desembolsos dos últimos anos, a atual hierarquia e o desequilíbrio entre instituições e orçamentos dificilmente será modificada.
Ennio defende que sejam criadas diretrizes para promover o crescimento de universidades fora do centro-sul do País. "Senão, seremos derrotados todos pela discussão burocrática. Deveríamos usar um critério de vanguarda para criar centros de pesquisa no Acre."
Ennio argumenta que a plena autonomia das universidades pode "engessar" a distribuição de recursos. "A Petrobrás precisa de 1.000 engenheiros e 500 pesquisadores na área de meio ambiente. Isso é o que interessa: a falta de recursos humanos em lugares como a Amazônia. É preciso acoplar os centros mais avançados com os menos avançados", disse.
Também presente à mesa, o secretário de Ensino Superior do MEC, Nelson Maculan, reagiu com ironia e também foi aplaudido: "O Ennio quer dar um microscópio para cada soldado na Amazônia, quer trocar microscópio por fuzil", declarou.
Reitor da UFRJ, Aloisio Teixeira, saiu em defesa do anteprojeto do governo. "Eu gosto do projeto. Se tivesse que escolher entre aprovar como está e jogar no lixo, não hesitaria em aprová-lo. Eu adoro o Ennio, ele continua sendo o meu ídolo, mas a construção do futuro não vai ser feita mais da forma como foi no passado. A gente não pode alimentar utopias que sabe que não trarão resultado. O mundo mudou."
A diretora da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da UFRJ, Angela Uller, afirmou que é "impossível" alcançar a meta do governo de 40% das matrículas em universidades públicas até 2011. "Seria preciso contratar 185 mil professores no período, porque hoje temos 89 mil, o que geraria um gasto de R$ 7 bilhões a mais pagando salários baixos."
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/349530/visualizar/
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