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Internacional
Sábado - 02 de Abril de 2005 às 00:00

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As cerimônias previstas na morte de um Papa seguem um regulamento incluído nas normas vaticanas, com alguns aspectos que têm séculos de história e outros mais recentes, e prescrevem um luto oficial de nove dias.

Não antes de quatro dias nem além de seis o Papa morto deve ser enterrado na cripta da Basílica de São Pedro e, a não ser que o Pontífice tenha afirmado outra coisa em seu testamento, o Colégio Cardinalício se encarrega de realizar as exéquias.

Estas cerimônias constam do capítulo V da Constituição Apostólica Dominici Gregis, promulgada por João Paulo II em 1996.

"Depois da morte do Romano Pontífice, os cardeais celebrarão as exéquias em sufrágio de sua alma durante nove dias consecutivos, segundo o ´Ordo Exequiarium Romani Pontificis´, cujas normas serão cumpridas fielmente", diz o texto constitucional em seu artigo 27.

Na cripta vaticana estão já enterrados os restos de Pio XII, Paulo VI e João Paulo I, assim como os de outros muitos papas da história da Igreja, embora os de João XXIII tenham sido levados em 2001, por decisão de João Paulo II, da cripta para uma capela da própria basílica.

O rito que rodeia a morte de um Papa prevê que um cardeal que pode confessar e absolver em nome do Pontífice, o Penitenciário Maior, o vista com os hábitos pontifícios para a realização do enterro.

Uma vez vestido, o corpo do papa é instalado num catafalco, em uma das salas do Palácio Vaticano, e dali é levado para a Basílica de São Pedro, onde é exposto para receber a homenagem dos fiéis, antes da celebração do solene funeral.

O Camerlengo, administrador apostólico da sede vacante, deve velar para que não sejam feitas imagens do Papa "se ele não estiver vestido com os hábitos pontifícios".

O mesmo cardeal é quem tem de assumir a tarefa de destruição do Anel do Pescador, utilizado desde Eugênio IV (1431-1444) como selo que dá autenticidade aos documentos papais, que pesa uma onça e meia de ouro fino (cerca de 38 gramas), tem gravado o nome do Papa que o usa e leva em relevo a figura de São Pedro, pescando no barco.

O papa é enterrado com outro anel, de uso habitual e de ouro, liso ou com algum camafeu ou pedra preciosa trabalhada, que leva na mão direita. O Pontífice usa em grandes solenidades outro, o anel pontifício: o atual, que passa de um papas para o outro, foi feito por ordem de Pio VII nos primeiros anos do século XIX.

Antes do sepultamento, o corpo do Papa é depositado dentro de três ataúdes, um dentro de outro. O externo é de madeira de olmo polido, o do meio é de chumbo, e o interno é de madeira de cipreste, considerada incorruptível e forrado em veludo carmesim.

Antes do fechamento do ataúde, que acontece na Basílica de São Pedro, é posto dentro dele um pergaminho no qual vai escrita, em latim clássico, uma relação dos fatos mais destacados do Pontificado.

Além disso, e junto ao cadáver, são depositadas três bolsas de pele curtida de cor vermelha com as moedas de ouro, prata e cobre cunhadas durante seu Pontificado.

Posteriormente, os ataúdes de cipreste e de chumbo são lacrados após serem fechados com cordões de seda roxos, cujos extremos são unidos com uma cera derretida em que o cardeal camerlengo imprime o escudo de armas do Pontífice.

Finalmente é competência, também do cardeal camerlengo, que "depois da sepultura do Máximo Pontífice e durante a eleição do novo Papa não seja habitada nenhuma parte do apartamento privado do Máximo Pontífice".

Os Papas são enterrados tradicionalmente na Basílica de São Pedro, salvo que o Pontífice em seu testamento estabeleça outro lugar.

São Pedro é o maior templo da Cristandade e está situado no menor Estado do mundo, sobre a colina do Vaticano, em Roma, e à margem direita do rio Tibre.

No entanto, há papas enterrados nas catacumbas, assim como em diversas igrejas de Roma e da Itália.

Em seu solo e capelas repousam os restos de vários pontífices, além dos 49 mausoléus ou monumentos funerários que acolhem restos mortais de Papas da cristandade, como os de Inocêncio III, Urbano VIII e Clemente XIII.

Na cripta estão além disso os restos mortais de mais de uma centena de papas, entre eles os de São Pedro, o primeiro Pontífice da cristandade, assim como os de São Gregorio Magno, São Pio X, Paulo VI e João Paulo I, estes dois últimos mortos em 1978.




Fonte: EFE

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