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Internacional
Sexta - 01 de Abril de 2005 às 21:15

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Pinellas Park - A briga entre o marido Michael os pais de Terri Schiavo, Bob e Mary Schindler, prossegue, agora, por conta da cerimônia fúnebre. Os pais, católicos devotos, querem que ela seja sepultada na Flórida, onde vivem.

Entretanto, o viúvo tem a custódia do corpo da esposa e pretende cremá-lo. O litígio não deve chegar aos tribunais desta vez. Scott Schiavo, cunhado de Terri, disse que as cinzas seriam depositadas num local não revelado perto da Filadélfia para que familiares da mulher não compareçam e transformem a cerimônia em espetáculo na mídia americana.

O pai de Terri disse não se surpreender com a decisão do genro de cremar o corpo de sua filha e depositar as cinzas em local desconhecido: "Durante quinze anos ele fez o que quis e nada irá detê-lo agora". Michael Schiavo permanece recluso e encarregou seu irmão e seu advogado, George Felos, que falassem por ele.

De acordo com Scott, seu irmão concordou com a realização de uma cerimônia fúnebre em homenagem a Terri para satisfazer a família da mulher. A missa deverá ocorrer na terça ou quarta-feira da próxima semana. Muitas igrejas disputam o ato e líderes religiosos começaram a se aproximar da família desde que o caso repercutiu imensamente.

As condições médicas de Terri ao longo dos últimos 15 anos serão agora analisada por um médico-legista, que conduzirá a autópsia com o objetivo de determinar qual era o estado de consciência da paciente e se ela teria sofrido abusos por parte do marido - conforme alegam os pais. O resultado deverá ficar pronto em algumas semanas.

Uso político - Além de polarizar o debate entre os partidários da eutanásia os defensores do direito à vida, o caso, que chegou à Casa Branca, ao Congresso e ao Tribunal Supremo, dá fôlego às análises das implicações do uso político que a direita religiosa e o Partido Republicano fizeram. O líder da maioria conservadora na Câmara, Tom DeLay, responsabilizou os juízes pela morte de morte. "Essa perda aconteceu porque o nosso sistema legal não protegeu quem mais precisa de proteção, e isso vai mudar", prometeu.

Para alguns analistas, a negativa do judiciário de se envolver foi uma vitória para a base da democracia americana. Outra vertente é a de que a angústia criada em torno do caso deu forças a uma cultura de ataques aos tribunais envolvidos com questões de ordem ética e moral, como aborto e células-tronco.

Pesquisa de opinião realizada pelo jornal New York Times concluiu que a grande maioria dos americanos apóia as decisões dos tribunais de rejeitarem as petições para que a sonda fosse religada. A população também condenou o uso que os políticos fizeram da tragédia, considerando um "circo".




Fonte: AE - AP

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