Servo-bósnio Borovcanin vai a Haia para se entregar ao TPII
Borovcanin, de 45 anos, viajou de Belgrado acompanhado pelo ministro sérvio Zoran Loncar, que é membro do Conselho nacional de cooperação com o TPII, e pelo ministro do Interior do ente autônomo sérvio da Bósnia, Darko Matijasevic, informaram os meios de comunicação nacionais.
O acusado decidiu se entregar voluntariamente nesta terça-feira, em uma reunião com Matijasevic e o ministro da Justiça sérvio, Zoran Stojkovic, segundo o governo da Sérvia.
Borovcanin, ex-sub-comandante da brigada especial da polícia servo-bósnia para a zona oriental bósnia de Srebrenica, onde, em julho de 1995, cerca de 7.800 homens muçulmanos foram assassinados, é acusado de cumplicidade com genocídio, crimes de guerra e lesa-humanidade.
Quando o TPII divulgou a acusação contra ele no dia 6 de setembro de 2002, Borovcanin anunciou que se entregaria voluntariamente à corte, mas depois desapareceu.
Borovcanin é o décimo primeiro suposto criminoso de guerra cuja entrega voluntária ao TPII é conquistada pelo governo da Sérvia desde outubro passado.
O Executivo oferece em troca a estes acusados garantias para que possam solicitar a liberdade provisória até o início do julgamento e se compromete a dar toda a ajuda necessária a suas famílias.
As autoridades anunciaram que nos próximos dias o ex-policial de alto escalão da polícia Sérvia acusado de crimes de guerra no Kosovo, Sreten Lukic, também se entregará.
A plena cooperação com o TPII é uma das principais condições para a aproximação da Sérvia e Montenegro à União Européia (UE) e à Otan.
Este país balcânico espera conseguir no próximo 12 de abril um estudo positivo de viabilidade necessária para o início das negociações de um Acordo de Estabilização e Associação com a UE.
O TPII pede a Belgrado que extradite ou ajude na captura de outros treze acusados de crimes cometidos durante as guerras da Croácia, Bósnia e Kosovo, da década passada, inclusive os ex- líderes servo-bósnios Radovan Karadzic e Ratko Mladic.
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