Peregrinos e turistas se reúnem no Vaticano e rezam pelo papa

Centenas de peregrinos e turistas lotam a praça de São Pedro nesta sexta-feira, em meio às notícias do agravamento do estado de saúde do papa João Paulo 2º. As pessoas na praça rezam, de joelhos, algumas de olhos fixos na janela de seu quarto, no 3º andar do Vaticano.

As pessoas passaram a se reunir ontem, quando as notícias sobre a saúde do papa começaram a aparecer nos noticiários noturnos. Autorizados a se aproximar da praça pela polícia, alguns dos peregrinos se ajoelhavam no pavimento de pedras, enquanto outros se preparavam para a vigília noturna enrolando-se em cobertores.

A polícia de Roma estima que centenas de milhares de peregrinos devam chegar à cidade nos próximos dias. "Estamos cercando a área ao redor do Vaticano e a polícia estará presente nos aeroportos e nas estações de trem para ajudar os peregrinos a se moverem pela cidade", disse hoje o prefeito de Roma, Achille Serra.

Segundo o boletim médico emitido hoje e lido pelo porta-voz do Vaticano, Joaquin Navarro-Valls, o papa está 'lúcido, consciente e sereno', segue com 'dificuldade para respirar e que sua pressão sangüínea é instável', e continua em 'uma condição muito séria [de saúde]'.

No início da madrugada de hoje, o papa sofreu uma parada cardíaca em decorrência de uma infecção generalizada, que evoluiu a partir de um quadro de infecção urinária. Ontem, a infecção urinária gerou febre alta no sumo pontífice.

Entre os peregrinos estava o rabino chefe de Roma, Riccardo Di Segni, que disse que veio "rezar aqui na praça como um sinal de que partilho a dor de nossos irmãos e como um sinal de carinho por este papa e por tudo que ele fez".

O ministro da Agricultura italiano, Giovanni Alemanno, disse que "não há nada que possamos fazer a não ser rezar".

O forte esquema de segurança da polícia manteve afastados da praça os jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos, que formavam uma pequena multidão. Os peregrinos e turistas podiam passar.