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Internacional
Quinta - 31 de Março de 2005 às 11:37

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A comunidade cubana nos Estados Unidos mantinha sigilo nesta quinta-feira sobre a presença de Luis Posada Carriles em Miami, em meio a versões de que o controvertido anticastrista estaria solicitando residência nos Estados Unidos.

Fontes do exílio cubano asseguram que Posada Carriles, de 76 anos e acusado pelo governo de Cuba de cometer atos violentos contra o regime, teria se apresentado às autoridades de imigração para colocar fim a uma longa peregrinação pela América Latina e pelo Caribe.

Um funcionário de Imigração e Alfândegas de Miami, no entanto, disse hoje que as autoridades não têm conhecimento do caso.

"Ele não está sob nossa custódia, estamos trabalhando com nossos colegas de outras agências averiguando o assunto", informou à EFE o funcionário, que pediu anonimato.

O advogado Santiago Álvarez Fernández, que coordenou a equipe de defesa de Posada Carriles no Panamá, disse que não podia confirmar nem desmentir a presença do anticastrista na chamada capital do exílio cubano.

Ele revelou, no entanto, estar contratando um advogado para representá-lo caso ele esteja nos Estados Unidos e se apresente às autoridades de Imigração.

"Estamos preparados para trabalhar por Posada Carriles, já fizemos isso no passado", disse em entrevista à EFE.

Posada Carriles serviu na Divisão 101 do exército dos EUA como tenente durante a guerra, segundo Álvarez.

"Como veterano das Forças Armadas dos EUA em época de guerra, ele tem direito à cidadania americana. Além disso, sua esposa, filhos e netos são americanos e residem aqui", afirmou.

Luis Posada Carriles esteve em paradeiro desconhecido desde que foi anistiado no Panamá em agosto de 2004. Na noite de terça-feira, no entanto, o canal 41-AmericaTeVe informou que, segundo três fontes extra-oficiais, o anticastrista poderia estar em Miami.

Um diretor de um grupo de exilados cubanos disse que o Carriles está há vários dias em Miami e, na manhã de terça-feira, se apresentou à Imigração.

Carriles, junto aos também anticastristas Guillermo Novo, Pedro Remón e Gaspar Jiménez, foram presos em novembro de 2000 no Panamá após o presidente cubano Fidel Castro denunciar que estariam planejando um atentado contra sua vida durante a X Cúpula Ibero-americana, na capital panamenha.

Os quatro ativistas anticastristas foram condenados a sete anos de prisão em abril de 2004 por crimes contra a segurança coletiva. O juiz do caso, no entanto, anulou os delitos de associação ilícita e posse de explosivos.

Em agosto do mesmo ano, pouco antes de deixar o poder, a então presidente panamenha, Mireya Moscoso, anistiou os quatro exilados cubanos. Três deles viajaram para os EUA, enquanto Posada Carriles teria viajado para Honduras.

Carriles é acusado em Cuba de um atentado que provocou a queda de um avião da Aviação Cubana que sobrevoava Barbados em 1976 e a morte das 73 pessoas que estavam a bordo.





Fonte: EFE

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