Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 30 de Março de 2005 às 14:15

    Imprimir


Santa Maria, Califórnia - O homem que apresentou Michael Jackson ao adolescente que o está acusando de abuso sexual depôs no julgamento do cantor na Califórnia e disse que a mãe do acusador contou-lhe ter recusado ajuda financeira, o que contraria a tese da defesa de que ela está processando Jackson por dinheiro. Jamie Masada, proprietário de um acampamento recreativo para crianças carentes, descreveu, ontem, suas iniciativas para ajudar o menino que acusa Michael Jackson no momento em que se recuperava de um câncer, e disse que, como parte desses esforços, decidiu apresentá-lo ao astro pop.

Masada também contou aos jurados de telefonemas que recebeu da mãe do acusador, que dizia estar sendo mantida presa, junto com os filhos, contra a vontade na casa do cantor, o rancho Neverland.

O questionamento de Masada pelo promotor Ron Zonen terminou com ele dizendo aos jurados que a mãe do acusador recusou uma oferta muito grande de dinheiro. "Eu falei sobre uma pessoa que ofereceu dar-lhe um cheque com a quantia que ela as crianças quisessem", disse Masada. "O que ela disse?", perguntou Zonen. "Ela disse: ´não. Dia a ele que tudo que preciso são amigos. Não preciso de dinheiro. Preciso de orações", disse Masada, que não revelou o nome do potencial benfeitor.

O empresário insistiu que o único membro da família que pedia dinheiro era o pai, apesar de dizer que um namorado da mãe também ter-lhe pedido dinheiro para pagar aulas de judô e caratê.

Quando questionado pela defesa de Jackson, Masada mostrou-se irritado com o advogado Thomas Mesereau Jr., quando ele mostrou declarações que Masada teria feito aos investigadores do caso. Esses documentos revelaram que Masada fez referência aos pedidos de dinheiro dos pais do garoto, mas ele insistiu que quis dizer apenas o pai. "Não coloque palavras na minha boca. Deixe-me falar a verdade", disse Masada.

Masada disse aos jurados que Gavin Arvizo, então com 13 anos, foi levado a seu estabelecimento pela sua família e encontrou artistas que ajudaram a arrecadar dinheiro para pagar seu tratamento. Ele afirmou ter prometido ao garoto que o apresentaria a pessoas famosas, em uma tentativa de animá-lo. Jackson era a celebridade que o garoto mais queria conhecer, e o astro acabou atendendo os seus pedidos.

Jamie Masada, que é proprietário do clube noturno Laugh Factory de Hollywood, disse que o garoto foi ao acampamento com seu irmão e sua irmã em 1999 e que, durante sua estadia no lugar preparou um ato de uma comédia. Masada também disse que visitou o menino no hospital onde era submetido a quimioterapia como parte de seu tratamento contra o câncer. "Oh, Deus, não queria recordar aqueles momentos", disse Masada sobre a enfermidade de Gavin Arvizo.

Masada, que testemunhou ontem, o dia seguinte em que o juiz permitiu que acusações anteriores contra Michael Jackson sejam incluídas neste processo, disse que dava presentes para Arviso a fim de dar-lhe ânimo. "Eu lhe dizia, se comer, te dou US$ 50, e assim lhe dava algum dinheiro todas as semanas".

O dono do clube noturno disse aos jurados que quando visitou o menino no hospital ele lhe disse que sonhava em conhecer o astro pop e então, Masada o apresentou a Michael Jackson.

Jackson parecia animado quando chegou hoje à corte, sorrindo e saudando seus fãs. A decisão tomada na segunda-feira pelo juiz Rodney Melville que comanda o caso, representou a maior derrota da defesa do cantor, ao permitir que os promotores apresentem evidências de que Jackson molestou outros cinco garotos, entre eles o ator Macaulay Culkin (Esqueceram de Mim), que hoje tem 23 anos. (Leia mais sobre eles)

Sobre a inclusão de cinco acusações anteriores no caso, o promotor Tom Sneddon afirmou que entre as atitudes indevidas de Jackson com os meninos, eles o acusaram de beijá-los, abraçá-los e introduzir as mãos em suas calças. Disse ainda que havia um padrão de "preparação" dos garotos para abusar deles, mas não deu mais detalhes.

No julgamento atual, Jackson, de 46 anos, é acusado por Gavin Arvizo de abusar dele entre fevereiro e março de 2003 no rancho Neverland do cantor, dando-lhe bebida alcoólica e mantendo sua família presa.

Sneddon pediu para apresentar provas de casos referentes a sete garotos, mas o juiz se negou a admitir os casos de dois deles. O promotor disse que o testemunho sobre os cinco casos demonstrarão que Jackson segue um padrão de conduta consistente de abuso de menores.




Fonte: AP

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/350166/visualizar/