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Quarta - 30 de Março de 2005 às 10:27
Por: Daniele Danchura

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A vigilante Luzia Pereira de Oliveira, 28 anos, está vivendo um drama desde o dia 11 de março, quando chegou à sua casa e não encontrou o marido, Neosdete Antônio de Oliveira, 38 anos, e os três filhos de sete e cinco anos e o caçula de nove meses. Eles foram levados pelo pai para Rondonópolis, sem o consentimento da mãe. A família de Neosdete, segundo Luzia, se nega a devolver as crianças para ela afirmando que só terá os filhos de volta com ordem judicial.

Segundo contou Luzia, Neosdete aproveitou que ela foi trabalhar e fez a mudança, levando, além das crianças, quase todos os móveis da casa. “Quando cheguei em casa depois da aula, não achei nada. Os vizinhos acharam que eu também estava mudando, por isso não me avisaram”, explicou.

A vigilante disse que convive com Neosdete há oito anos e estava tendo atritos pelo fato dele querer ir embora para Rondonópolis e Luzia não aceitar. “Eu falei que ele poderia ir embora e que se as crianças quisessem, ele poderia levar a menina de sete anos e o menino de cinco, mas que me deixasse meu bebê de nove meses. Mas como a menina falou que queria ficar perto do irmão menor, ele resolveu ficar e disse que não ia mais embora, mas eu acho que ele estava planejando tudo”, salientou Luzia.

Ela disse acreditar que o marido já estava planejando ir embora levando os filhos porque havia pedido a transferência das crianças na escola. “Agora as crianças estão em Rondonópolis com a irmã dele. Ela não é casada e não tem filho e disse que vai ser a mãe do meu bebê. Ela quer tomar posse do meu filho. Ela disse que mãe não é a que dá à luz e sim a que cria”, contou emocionada.

Luzia registrou queixa contra o marido no mesmo dia na Delegacia Metropolitana, onde já havia registrado outras ocorrências porque ele seria agressivo com ela. No ano passado, Luzia chegou a passar 20 dias na casa de amparo da mulher, com as duas crianças, até que foi feita a reconciliação do casal. Na época ela não sabia que estava grávida do filho caçula. “Depois disso a relação nunca foi a mesma. Eu desisti da ação porque achei que seria melhor para o bebê”, explicou.

A vigilante também procurou a Defensoria Pública, onde deu entrada em um processo para pedir a guarda, ao menos, do menino de nove meses. Por causa do recesso de Páscoa, o caso, que foi encaminhado para a 6ª Vara de Família, ainda não chegou no Fórum Cível.

Durante a semana passada, Luzia tentou falar por telefone com Neosdete e com seus familiares, mas não conseguiu contato. Ela foi na quinta-feira passada para Rondonópolis, quando conseguiu ver as crianças. “Só quero meus filhos de volta”, pediu, emocionada, Luzia.

A reportagem telefonou para a casa da irmã de Neosdete em Rondonópolis, mas não conseguiu contato.




Fonte: Folha do Estado

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