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Cidades/Geral
Quarta - 30 de Março de 2005 às 08:06
Por: Daniel Pettengill

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Uma operação especial das polícias Civil e Militar para combater a grilagem de terras em Colniza (1.065 km de Cuiabá) já resultou na apreensão de 40 armas de fogo e na prisão de 12 pessoas, entre elas um vereador, em menos de um mês.

Ao todo, 26 policiais participam da operação, com o apoio de agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil e soldados do Gefron, da Militar. A força-tarefa tenta reprimir o comércio ilegal de terras, respaldada em ações organizadas de grilagem. A maior parte dos presos estava entre invasores de grandes propriedades próximo a Colniza.

Eram traficantes, assaltantes e homicidas com mandados de prisão em aberto, que se refugiaram na região. Entre as armas apreendidas durante a operação, foram identificadas carabinas e até submetralhadoras de fabricação estrangeira. O vereador, segundo o delegado Joaz Gonçalves, era uma espécie de líder dos grupos de grileiros e ainda fornecia armas.

A polícia apura a ligação de outros políticos locais com a indústria da grilagem. "Há indícios de que isso ocorre e estamos investigando", afirma o delegado.

Colniza, criada há menos de 7 anos, tem uma das maiores taxas de crescimento populacional de Mato Grosso. A posse e o comércio ilegal de terras é justamente o atrativo maior para imigrantes de Rondônia principalmente. A polícia acredita também que grupos de grileiros e pistoleiros do Pará mudaram-se para o Norte de Mato Grosso afugentados pelo aumento no rigor policial após a morte da missionária Dorothy Stang. Há suspeitas de que alguns grupos utilizem táticas de guerrilha semelhante a organizações criminosas para executar invasões a propriedades.

O delegado Joaz Gonçalves, especialista no assunto, afirma que até então identificou apenas algumas técnicas que não confirmam a suspeita. O procedimento que mais se assemelha à prática de guerrilha é a presença de crianças, mulheres e idosos na "linha de frente" das invasões, para evitar reações violentas dos fazendeiros.

Após certo tempo, os homens assumem os acampamentos, fazem "picadas" e demarcam os lotes. Para ter acesso a algumas propriedades e fugir da vigilância, alguns grileiros chegam em barcos pelos rios. A operação policial não tem data definida para ser concluída. O município nasceu em uma área de 400 mil hectares vendida, com licitação, para uma colonizadora pela extinta Codemat, em 1973. Metade da área (200 mil hectares) ficou com a empresa vencedora e o restante foi distribuído aos sócios. Da área onde hoje está o município, parte foi colonizada e outra desapropriada e grilada. Estima-se que só 30% dos 200 mil hectares foi titulado e escriturado.




Fonte: A Gazeta

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