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Cidades/Geral
Terça - 29 de Março de 2005 às 18:40
Por: Lygia Lima

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O aterro sanitário de Primavera do Leste apresenta sérios riscos de contaminação porque o lixo hospitalar vem sendo enterrado junto com o lixo comum. Essa é uma das irregularidades existente no local que está em funcionamento há cinco anos, e deve continuar em operação por pelo menos outros cinco. A coordenadora de Meio Ambiente Maria Fátima do Amaral Moura reconhece o problema que existe desde que o aterro sanitário – mais conhecido por lixão - entrou em funcionamento, e assegura que já está fazendo o projeto que precisa ser aprovado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEMA) para a construção de vala séptica para que o lixo hospitalar tenha um destino diferente.

Outro grave problema detectado no aterro sanitário do município é que os cooperados da Cootrabalho (cooperativa que faz a coleta do lixo seco e a separação desse material com destino a reciclagem) também vasculham o lixo úmido em busca de outros materiais que não foram coletados separadamente. O presidente da cooperativa, Sidinei Marques minimiza o problema dizendo que apesar do lixo hospitalar ser enterrado junto, ele é descarregado em local um pouco separado do restante do lixo úmido. Sidinei reconhece que além dos riscos de se trabalhar no aterro sanitário que apresenta várias falhas como, por exemplo, água empossada, muitos cooperados são reticentes no momento de utilizar os equipamentos de segurança como botas, luvas e máscaras. Durante a reportagem, nenhum trabalhador estava usando máscara. Quanto a água empossada ao lado do lixo enterrado há uma montanha de lixo descoberto e segundo o presidente da cooperativa, isso é uma falha séria, mas que já está sendo providenciada a correção pela administração municipal. “Esse problema aconteceu com o operador de máquina que fez o serviço mal feito, por isso a água empossou, mas isso já vai estar sendo corrigido, só estamos esperando parar de chover um pouco”, disse.



Quanto a montanha de lixo descoberto, a razão para a irregularidade, é que o aterro ficou um período sem máquinas trabalhando no local e os caminhões continuaram despejando o lixo diariamente. Atualmente são coletados cerca de 45 a 50 toneladas de lixo úmido por dia e outras cinco toneladas de lixo seco. No aterro já existem 16 metros de lixo enterrados, e a previsão é que o lixo seja enterrado até uma altura de 26 metros, o que aumentaria a vida útil do local.

A vazão dos gases tóxicos do lixo é feita por manilhas, que também recebem o chorume até que ele se decomponha organicamente. No aterro, a impermeabilização das valas continua sendo feita com betume (mesmo produto utilizado em pavimentação asfáltica), mas que muitos especialistas vem assegurando não ser eficiente para evitar a contaminação do solo e do lençol freático.




Fonte: Primeira Hora

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