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Nacional
Terça - 29 de Março de 2005 às 15:59

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O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) estima que existam no país mais de 4 mil comunidades quilombolas. Grande parte das mulheres dessas comunidades enfrenta a falta de trabalho e de alternativas para geração de renda. "Vamos partir da experiência dessas mulheres para adequarmos as políticas do governo à sua realidade. Queremos estimulá-las a integrar os conselhos estaduais e municipais de desenvolvimento rural sustentável", afirma a coordenadora do Programa de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Andréa Butto.

O desenvolvimento de atividades produtivas com geração de renda para mulheres quilombolas é o tema principal do encontro Mulheres Quilombolas: Gênero e Políticas Públicas para o Etnodesenvolvimento, promovido pelo ministério. O encontro, que teve início hoje em Brasília, deverá reunir 22 mulheres representantes de comunidades quilombolas, além de representantes de ministérios, secretarias governamentais ligadas ao tema e movimentos sociais.

A representante da organização não- governamental Sempre Viva Organização Feminina, Miriam Nobre, afirma que a ong, juntamente com a Comissão Pró-Índio, tem realizado debates sobre o desenvolvimento sustentável para as mulheres quilombolas. "Buscamos fortalecer a capacidade feminina de organização, e também encontrar saídas coletivas para enfrentar a desigualdade de gênero que ainda existe, mesmo nessas comunidades".

Por meio do programa Brasil Quilombola, o MDA desenvolve estratégias de apoio à comercialização dos produtos feitos por essas mulheres, além da ampliação do acesso ao crédito rural, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). "Essas mulheres não têm muito acesso às políticas de crédito. Queremos difundir informações sobre o crédito e fazer um monitoramento, para que elas possam de fato se beneficiar dele", diz a coordenadora do programa do MDA, Andréa Butto.

Maria Aparecida Marciano, líder da comunidade Linharinho no município de Conceição da Barra, no Espírito Santo, conta que a única atividade produtiva do grupo é o aproveitamento do resíduo de eucaliptos, recolhido para fazer carvão. A comunidade, no entanto, criou uma alternativa de geração de renda com o aproveitamento da mandioca. "A idéia é aproveitar toda a matéria-prima, da folha até a raiz e fazer subprodutos, como as misturas para crianças desnutridas. Era apenas uma idéia, mas já elaboramos um mini-projeto".




Fonte: Agência Brasil

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