Decisão sobre FMI não interfere na avaliação da política econômica do país, diz especialista
Apesar da liberdade que o país passa a ter, o economista não acredita em mudanças na política econômica ou nas metas de inflação ou superávit primário ( a economia que o país faz para pagar a dívida externa). "Na prática, esta margem de manobra é muito pequena devido à forma como os mercados monitoram a economia", diz. O economista enfatiza que, independentemente do aval do FMI, o mercado usa parâmetros objetivos de sustentabilidade da economia, tais como endividamento do governo, nível adequado de reservas, controle da política monetária e taxa de juros.
Quanto às implicações políticas da decisão, Blumeschein acha que não haverá repercussão no cenário externo. No plano interno, no entanto, o rompimento com o FMI pode ter impacto positivo junto à opinião pública. "A decisão tem um significado político importante para o Partido dos Trabalhadores, que na sua tradição histórica sempre foi contra uma maior participação do fundo na gerência de nossa economia", avalia.
Para o economista, a ausência do FMI só será efetivamente testada diante de uma crise financeira internacional ou mesmo de um cenário internacional adverso. "Aí, sim, colocaria em teste a solidez da decisão de não termos o fundo por perto. Isto é mais relevante dado o fato de que a economia brasileira ainda possui um baixo nível de proteção para uma eventual fuga de recursos externos", afirma.
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