Governo admite que MP 232 não deve passar na Câmara

Brasília - Em reunião na noite de ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no Palácio do Planalto, líderes da base aliada do governo avaliaram que a MP 232 - que corrige a tabela do Imposto de Renda e aumenta o imposto dos prestadores de serviço - não tem condições de ser aprovada pela Câmara, segundo participantes do encontro. "A MP está morta, só resta saber como vai ser enterrada", disse o deputado José Múcio (PTB-PE). Medida está na pauta de votações para hoje.

O líder do PSB na Câmara, Renato Casagrande (ES), afirmou que os parlamentares deixaram claro ao presidente Lula que a posição da Câmara é mesmo pela rejeição da MP, que deve ser votada até o dia 30. No dia seguinte, a MP começa a trancar a pauta da casa. "Ou o governo encontra um outro caminho ou a medida será derrotada na Câmara", afirmou. "Não tem como aprovar a MP, pois muitos setores levantaram a bandeira contra a medida, contra o aumento da carga tributária."

Presente ao encontro, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse que é preciso uma contrapartida para que possa haver a correção da tabela do Imposto de Renda. Já o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), avaliou que ainda é possível salvar a MP se o texto for alterado. Hoje, terça-feira, a MP será tema de reunião do colégio de líderes na Câmara.

No encontro no Palácio, o presidente Lula se comprometeu a fazer "pessoalmente" a rearticulação da base aliada na Câmara. Também participou da reunião o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo.