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Cidades/Geral
Domingo - 27 de Março de 2005 às 09:39
Por: Daniel Pettengill

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As fraudes no seguro-desemprego em Mato Grosso já beneficiaram ilegalmente mais de 2 mil pessoas e causaram um rombo estimado em R$ 3 milhões nos cofres da Previdência Social nos últimos anos.

Pelo menos cinco quadrilhas especializadas em receber de forma irregular o benefício pago para trabalhadores demitidos já foram desmanteladas pela Polícia Federal desde 2002. Uma delas, que atuava em Sinop (500 km de Cuiabá), teve cinco membros condenados pela Justiça a mais de cinco anos de prisão por formação de quadrilha e estelionato, no final de 2004. As fraudes no Estado, no entanto, começaram a ser notadas em 1999 pelos fiscais da Delegacia Regional do Trabalho e ainda persistem.

Envolvem principalmente pessoas desempregadas que são atraídas pelas propostas de ganhar dinheiro fácil, trazidas por desconhecidos. Ao fornecer os documentos para a pessoa que os aborda, as "vítimas" começam a cair no golpe.

Mas rapidamente passam de enganados para personagens da ação criminosa, assim que o dinheiro do seguro é sacado e repartido entre o desempregado e o autor da proposta. Para retirar o benefício, o golpista usa os dados da pessoa e inclui nas carteiras de trabalho vínculos falsos com empresas que geralmente estão inativas.

O benefício é retirado. A maior parte fica com o fraudador e uma menor é remetida à pessoa que "emprestou" seus dados. O seguro-desemprego pode ser pago para o trabalhador por até 24 meses após sua demissão. O mínimo pago é de R$ 1,3 mil e o máximo é de R$ 2,4 mil. Em todo país, estima-se que as fraudes no seguro tenham causado prejuízos superiores a R$ 210 milhões.

Em Mato Grosso, a descoberta de quadrilhas é facilitada por ações conjuntas entre Delegacia do Trabalho, responsável por fazer o cruzamento de dados com suspeitas de irregularidades, e a Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários, da Polícia Federal.

Para buscar novos parceiros para as fraudes, as quadrilhas agem em bairros periféricos, na região central ou próximo a locais de grande movimentação, como agências bancárias ou próximas ao Sistema Nacional de Emprego. "Os golpistas recrutam as pessoas nos bairros, com propostas de dinheiro rápido e fácil", afirma a delegada substituta do Trabalho, Marilete Girardi.




Fonte: A Gazeta

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