Rebeliões e motins marcaram o início do ano em Mato Grosso

Uma prova de que o Sistema Penitenciário de Mato Grosso é perverso para presos e familiares pode ser medido pelo grau dos acontecimentos registrados apenas este ano. Foram cinco mortes até agora e rebeliões e motirns em praticamente todos os lugares onde existem presos. Até no dito pacato presídio feminino teve rebelião com direito a queima de colchões. Dados que as autoridades do setor simplesmente admitem existir e pouco podem fazer em função da escassez de recursos.

Janeiro chegou a assustar. Foram rebeliões em série: Presídio Regional Pascoal Ramos, em Cuiabá, na Cadeia Pública de Rondonópolis e na Penitenciária da Mata Grande, também em Rondonópolis. A ponto de se suspeitar que haveria ligações entre elas, tese imediatamente descartada pelas autoridades, que atribuíram os casos a “falhas humanas, ocasionadas por excesso de confiança” dos funcionários.

Nessa justificativa estão inseridas as mortes registradas em Sorriso e no Pascoal Ramos – centro dos focos de tensões deste primeiro trismestre. Na época, o secretário interino de Justiça e Segurança Pública, coronel Élcio Hardoim, lembrou que todos os procedimentos dentro das unidades prisionais, inclusive, quando da ocorrência de crises, obedecem a normas pré-estabelecidas, dentro das técnicas de gerenciamento de ocorrências dentro dessas unidades. "Todos os procedimentos vem sendo cumpridos no sentido de conter as rebeliões com sucesso, impedindo fugas e garantindo a integridade física dos envolvidos".