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Internacional
Sábado - 26 de Março de 2005 às 10:42

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Bishek - O líder interino do Quirguistão, república da Ásia central, Kurmanbek Bakiyev disse hoje que planeja concorrer nas eleições marcadas para junho para substituir o presidente Askar Akayev, que foi deposto na quinta-feira depois de o palácio do governo ser tomado por rebeldes. "Penso que deveria concorrer na eleição presidencial", disse Bakiyev, um ex-líder da oposição que foi nomeado presidente e primeiro-ministro interino pelos legisladores quirguizes após o golpe de quinta-feira. "Se Deus quiser, concorrerei", disse.

O Parlamento do Quirguistão estipulou o dia 26 de junho como a data para a eleição do substituto para o presidente Akayev, que está refugiado na Rússia. Não está claro se também serão realizadas eleições para o parlamento na mesma data. As informações são de que a capital, Bishkek, viva um clima tenso, porém calmo, após os protestos e saques às lojas ocorridos nos últimos dias.

Líderes da oposição tomaram medidas para restaurar a estabilidade no país. O chefe de Estado e primeiro-ministro interino, Kurmanbek Bakiyev, indicou várias figuras proeminentes para o conselho interino que vai governar o país até as eleições. Milícias voluntárias também estão patrulhando as ruas já que vários policiais deixaram os seus postos desde que o presidente Askar Akayev foi deposto.

Os indicados para o conselho interino são oposicionistas. Um deles, Felics Kulov, estava na prisão e foi libertado nesta quinta-feira. Kulov agora terá a tarefa de restaurar a ordem e a segurança no país. O primeiro-ministro interino disse ao Parlamento que as eleições devem ser realizadas dentro de três meses, como determina a Constituição, mas não estabeleceu uma data específica.

Os governos da Rússia e dos Estados Unidos disseram que estão dispostos a trabalhar com a nova liderança do Quirguistão. Mas, ao mesmo tempo, o presidente russo, Vladimir Putin lamentou que, mais uma vez, "problemas em um país tenham sido resolvidos de maneira ilegal".

O chefe da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), está viajando para Bishkek para participar de discussões com líderes políticos. O diretor da organização, Dmitirij Rupel, relatou a situação por telefone para a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e para o ministro do Exterior da Rússia, Sergey Lavrov. O Quirguistão integrava a União Soviética até 1991.

A atual crise foi desencadeada pelas alegações da oposição de que eleições parlamentares, realizadas neste ano, foram fraudadas. Analistas acreditam que a crise tem paralelos com o que ocorreu na Ucrânia nos últimos meses e, antes, na Geórgia - dois países que também faziam parte da União Soviética.




Fonte: AP e BBC Brasil

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