ONU vê "falta de vontade" na investigação sobre Hariri

Beirute - O relatório da ONU sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri aponta para uma "evidente falta de vontade" das autoridades libanesas de investigar o crime e ressalta que as apurações feitas até agora no Líbano não se realizaram "de acordo com padrões internacionais aceitáveis". O documento considera que se faz necessária uma nova investigação internacional.

O documento foi elaborado a pedido da ONU por uma comissão investigadora dirigida pelo comissário-adjunto da polícia da Irlanda, Peter Fitzgerald, que viajou para o Líbano após a morte de Hariri no dia 14. O documento foi entregue hoje ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

A comissão da ONU também responsabilizou os serviços secretos da Síria e do Líbano pela falta de segurança e de proteção dos cidadãos libaneses. A Síria também é apontada como a responsável pela tensão política no Líbano no período que antecedeu ao atentado que matou Hariri.

Reagindo ao relatório, o presidente libanês, Emile Lahoud, pediu a Annan que faça "o que seja necessário" a fim de revelar "a verdade" sobre a morte de Hariri "o mais rápido possível", numa demonstração de que aceitou o inquérito internacional.

A oposição libanesa anti-Síria acusa o governo e seus apoiadores sírios de terem participação no assassinato de Hariri, o que é veemente negado por Beirute e Damasco.