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Educação/Vestibular
Quinta - 24 de Março de 2005 às 16:07
Por: NIKA PEREIRA

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O estado de Mato Grosso tem sido o destino para muitas pessoas, migrantes de outros estados, em busca de oportunidades e melhores condições de vida. Cidadãos como o senhor José Alberto Barbosa, de 43 anos, que veio do interior de Minas Gerais com a esposa e os três filhos, e trabalha como taxista.

“Fiquei oito meses desempregado na minha cidade, vim pra cá a convite do meu cunhado e logo consegui um emprego de taxista. Agora tenho a oportunidade de buscar mais um objetivo, concluir os meus estudos e assim ter mais condições de concorrer a outros empregos”, salienta José.

Com RG e CPF na mão, ele esperava pacientemente, na manhã desta quinta-feira (24.03), a sua vez de efetuar a inscrição para realizar as provas do Exame Supletivo. Candidato a uma vaga no Ensino Médio, vive a experiência pela primeira vez. ”Eu soube das inscrições através de uma amiga da minha esposa. Estou muito ansioso, porque aqui posso estar definindo o meu futuro e dos meus filhos”, disse o taxista.

Logo após a inscrição José Alberto expressou a satisfação. “Espero ser aprovado, concluir o Ensino Médio e dar continuidade, quem saber fazer um cursinho, prestar vestibular e fazer uma faculdade de direito”, finaliza José.

A história do taxista José é bem parecida com a maioria dos candidatos aos exames supletivos, que buscam realizar o sonho de concluir o Ensino Fundamental e Médio em pouco tempo. Desde o dia 14 de março, quando as inscrições começaram a ser efetuadas, uma enorme fila se formou no Centro Educacional de Exames Supletivos. Pessoas de todas as idades realizaram a inscrição.

Foi pensando em dar oportunidades para que todos façam à inscrição, que a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) prorrogou as inscrições até esta quinta-feira (24.3). A atitude deixou muita gente feliz. Como a auxiliar de serviços gerais de um laboratório, Marilza Portugal da Silva, de 40 anos.

Marilza mora em Cuiabá desde 79, é mãe de três filhos, moradora do bairro Santa Laura, e também vê a necessidade de terminar o Ensino Médio. “Casei jovem. E não tinha ninguém para cuidar dos meus filhos, não tinha dinheiro para pagar uma empregada e acabei sacrificando os meus estudos para trabalhar. Hoje me arrependo muito, vejo que o estudo é muito importante na vida de uma pessoa”, ressalta.

A candidata destaca que se passar vai realizar um grande sonho. “Quando morava na roça, sempre achei bonito ouvir uma pessoa falar que ia pra faculdade. Um dia também vou falar que estou indo pra faculdade”, disse.

MULHERES - Marilza está incluída dentro de uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) sobre o crescimento das mulheres no Ensino médio, não só de adolescentes como também o retorno de grupos de mais idade à escola, como é o seu caso.

A partir do Ensino Médio, as mulheres apresentam uma superioridade numérica em relação aos homens. Em 2003, o índice de matrículas nesta modalidade de 54,0% para as mulheres e de 46,0% para os homens.

O trabalho, realizado pelo Inep/MEC e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), obedece à política de transversalidade de ações que os distintos ministérios têm buscado efetivar e é um dos resultados do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, lançado em 2004 pela SPM.





Fonte: Assessoria/Seduc-MT

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