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Economia
Quinta - 24 de Março de 2005 às 15:57
Por: LUCIENE OLIVEIRA

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Mostrar que é possível a convivência do homem com o meio ambiente sem prejudicá-lo, é parte da missão dos parceleiros do Projeto de Assentamento Olaria, localizado no município de São Félix do Araguaia (1.200 km a Nordeste), que estão desde às sete horas da manhã desta quarta-feira (23.03), em frente ao prédio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder) expondo e comercializando peixes criados em tanques redes e roupas confeccionadas por mulheres do assentamento.

O Assentamento Olaria foi regulamentado pelo Incra há 21 anos, está a 3 km da cidade de São Félix do Araguaia, onde trinta e quatro famílias sobrevivem hoje da piscicultura, apicultura, exploração vegetal, da fabricação de roupas e do turismo.

O secretário de agricultura do município, Ronaldo Cardoso, que acompanha os representantes, explicou que havia uma condição, imposta pelo Incra, para liberar a área. As famílias só poderiam permanecer legalmente no local, “desde que fosse apresentado um projeto economicamente viável, sem prejudicar o meio ambiente”, completou.

A terra ocupada é considerada pela Fema de preservação ambiental. As famílias decidiram pela piscicultura porque a região é formada por lagos e no período chuvoso fica alagada. “Nossa área é de preservação ambiental, optamos por criar peixes para que pudéssemos ficar no local. Foi a opção mais viável e alcançável no momento”, afirma o presidente da Associação dos Parceleiros da Gleba Olaria, Domingos Ribeiro de Azevedo. O parceleiro acredita que o projeto será mais uma fonte de renda para os assentados.

Com o apoio do Governo do Estado, via Seder e Intermat, do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável (CMDRS), do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), do Incra e da Fetagri, as famílias do assentamento conseguiram por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) recursos para viabilizar o projeto.

Gleba Olaria tem 84 tanques redes, de 1.5 m de profundidade, para criação de pintados, cachara e matrinxã. Os assentados criam 2,8 mil pintados de nove meses e 31 mil matrinxã de três meses, e vendem a R$ 10,00 o quilo. Os alevinos vieram do Projeto Pacú de Mato Grosso do Sul. Doze meses depois da implantação do projeto, a Associação dos Parceleiros, decidiu que as primeiras despescas seriam comercializadas em Cuiabá, como forma de agradecer ao Governo do Estado e apresentar os resultado positivos da aplicação dos recursos.

Durante a estiagem as famílias sobrevivem também da fabricação de tijolo artesanal, da extração vegetal de frutas silvestres como buriti, murissi, pequi e cagaita, que são processadas sem conservantes por uma fabrica da região. “O Município já disponibiliza de 5 mil quilos de poupas e agora temos o peixe”, conta orgulhoso o presidente da associação.

“A piscicultura representa esperança de dias melhores aos assentados que viviam por mais de 20 anos numa situação de abandono”, fala o Secretário de Política Agrária e Meio Ambiente, Manoel Ferreira dos Santos. “Muitos discriminam os sem terras, dizendo que não produzem nada. Se o trabalhador tiver recursos, apoio do Governo e assistência técnica adequada e responsável, o trabalhador só terá sucesso”, completa.

Roupas confeccionadas pela Associação Margaridas do Araguaia, também estão expostas. A tesoureira Márcia dos Santos, disse que as roupas foram fabricadas graças aquisição de três máquinas de costura doadas pelos Intermat no ano passado. De acordo com a tesoureira, as roupas não serão vendidas. Elas serão doadas ao Intermat para repassar a entidades de assistência social.





Fonte: Assessoria/Intermat/Seder-MT

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