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Internacional
Quinta - 24 de Março de 2005 às 15:14

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O presidente do Quirguistão, Askar Akáiev, derrubado nesta quinta-feira por uma rebelião popular, fugiu do país, supostamente para o vizinho Cazaquistão, enquanto continua no ar o problema de sua renúncia.

Vários meios de comunicação atribuíram a Felix Kulov, um dos principais líderes da oposição que hoje tomou a sede do governo quirguiz em Bishkek, o anúncio de que Akáiev supostamente assinou sua renúncia, embora outras fontes tenham desmentido tal informação.

Kulov, ex-vice-presidente opositor libertado hoje da prisão, tinha oferecido um pouco antes "garantias de segurança" a Akáiev, no poder desde 1990, e a sua família.

Paralelamente, fontes oficiais cazaques revelaram que o avião no qual Akáiev tinha fugido aterrissou em um aeroporto militar de cargas perto da antiga capital cazaque, Alma-Ata.

Segundo as fontes, Akáiev inicialmente iria para a Rússia, fazendo uma escala nos montes Urais para reabastecer. No entanto, ficou decidido depois que ele iria para o Cazaquistão, para onde sua família viajou hoje mesmo em um helicóptero.

No Cazaquistão, fontes oficiais confirmaram à agência russa Interfax que a família de Akáiev, casado e com quatro filhos, já chegou a Alma-Ata.

O filho de Akaiev, Aydar, esteve casado por seis anos com Alia, a filha mais nova do presidente cazaque, Nursultan Nazarbayev, embora atualmente os dois estejam separados.

A agência Kazakhstan Today informou que, em uma reunião do Conselho de Segurança cazaque, ficou decidido o fechamento da fronteiras com o Quirguistão.

Em Bishkek, o líder máximo da oposição, Kurmanbek Bakíyev, confirmou que o chefe de Estado está fora do país e anunciou a renúncia do primeiro-ministro, Nikolai Tanayev.

Já na capital quirguiz, começa uma reunião extraordinária do Parlamento convocada pelos líderes da oposição para "estudar a situação criada no país e buscar bases jurídicas para sua solução e normalização".

A oposição, que denunciava fraudes nas recentes eleições parlamentares e exigia a destituição de Akáiev e saída de seu clã familiar, viu hoje mesmo cumprida uma de suas demandas, quando a Suprema Corte cancelou os resultados das polêmicas eleições.

O presidente do Supremo, Kurmanbek Osmónov, anunciou que o tribunal reconheceu como "ilegal" a decisão da Comissão Eleitoral Central de legitimar os resultados das eleições.

Desta forma, único organismo legítimo de poder no país fica sendo o Parlamento.





Fonte: EFE

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