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Cenário nacional preocupa investidores, analisa empresário
São Paulo - O vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), o empresário Roberto Teixeira da Costa, prevê que as dificuldades do governo Lula para aprovar as reformas, em virtude de problemas com a base aliada do governo, devem inibir os investidores estrangeiros. Em entrevista ao Conta Corrente, da "Globo News", o representante empresarial ressalvou, no entanto, que o presidente Lula continua sendo visto no exterior como um líder muito importante da região.
"O Brasil é visto como um divisor de águas. Um país que conduz uma política macroeconômica positiva", ponderou Teixeira da Costa. "No entanto, a parte política do governo Lula, separadamente, mostra sinais que no exterior são lidos com alguma preocupação."
Na visão dos investidores, a América Latina como um todo deverá passar por um período complicado no próximo ano e meio, por causa da sucessão de eleições que acontecerão na região. Ainda assim, Teixeira da Costa prevê que a América Latina deverá continuar crescendo, embora num ritmo mais lento do que o registrado no ano passado. "Tudo isso (as eleições) cria um clima de alguma ansiedade com relação ao destino da nossa região", disse o vice-presidente do Cebri. Com relação ao Brasil, em particular, segundo ele há duas percepções por parte dos investidores. "Uma, a curto prazo, ainda favorável, e uma visão a médio prazo, um pouco preocupada com o desdobramentos do quadro político nos meses que vêm pela frente."
Teixeira da Costa destacou que o investidor estrangeiro tem uma atitude muito peculiar em relação ao Brasil: "Quando as coisas estão boas lá fora, eles tendem a olhar a situação interna do Brasil com muita generosidade", sentenciou o empresário. "Quando a situação externa se inverte, aí o quadro também passa a ter uma leitura diferente e todos os problemas que nós tínhamos passam a ser vistos com uma lente de aumento", explicou. A perspectiva para os próximos meses, segundo ele, é que o Brasil seja olhado através de uma lupa. "Em função da inflação e da perspectiva de alta da taxa de juros nos EUA, (pode haver) uma leitura menos favorável ao Brasil, o que explicaria a saída de capitais."
Ele acha que o período de lua-de-mel no relacionamento entre o Brasil e a China está chegando ao fim. Apesar dos interesses comuns dos dois países na complementaridade comercial, neste momento impera uma certa desconfiança mútua. "A concessão do status de economia de mercado para a China nos coloca, às vezes, em posições pouco vantajosas na competição com produtos chineses", ponderou. Segundo ele, essa nova condição obriga o Brasil a argumentar, exclusivamente na OMC, contra práticas que considera desleais. "Por outro lado, a China tem muito interesse em ampliar as relações com o Brasil, porque nós vamos ser um grande supridor de matérias-primas para eles."
Roberto Teixeira da Costa disse que a falta de perspectivas de acordos comerciais com o Mercosul torna ainda mais imperiosas as negociações do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). Ele lembrou que as negociações com a União Européia estão em novo impasse, porém ressalvou que a visita do secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, ao País recoloca o Brasil no centro das atenções para a formação da Alca. "Realmente, esse é um acordo importante", frisou. "Mas, acima de tudo, é fundamental a OMC", prosseguiu o empresário. "Sem uma OMC forte, que possa ser um árbitro importante nas questões internacionais e, principalmente, nas questões dos subsídios agrícolas, o Brasil nunca vai ter acordos que possam respeitar as nossas vantagens comparativas e competitivas nos mercados mundiais."
"O Brasil é visto como um divisor de águas. Um país que conduz uma política macroeconômica positiva", ponderou Teixeira da Costa. "No entanto, a parte política do governo Lula, separadamente, mostra sinais que no exterior são lidos com alguma preocupação."
Na visão dos investidores, a América Latina como um todo deverá passar por um período complicado no próximo ano e meio, por causa da sucessão de eleições que acontecerão na região. Ainda assim, Teixeira da Costa prevê que a América Latina deverá continuar crescendo, embora num ritmo mais lento do que o registrado no ano passado. "Tudo isso (as eleições) cria um clima de alguma ansiedade com relação ao destino da nossa região", disse o vice-presidente do Cebri. Com relação ao Brasil, em particular, segundo ele há duas percepções por parte dos investidores. "Uma, a curto prazo, ainda favorável, e uma visão a médio prazo, um pouco preocupada com o desdobramentos do quadro político nos meses que vêm pela frente."
Teixeira da Costa destacou que o investidor estrangeiro tem uma atitude muito peculiar em relação ao Brasil: "Quando as coisas estão boas lá fora, eles tendem a olhar a situação interna do Brasil com muita generosidade", sentenciou o empresário. "Quando a situação externa se inverte, aí o quadro também passa a ter uma leitura diferente e todos os problemas que nós tínhamos passam a ser vistos com uma lente de aumento", explicou. A perspectiva para os próximos meses, segundo ele, é que o Brasil seja olhado através de uma lupa. "Em função da inflação e da perspectiva de alta da taxa de juros nos EUA, (pode haver) uma leitura menos favorável ao Brasil, o que explicaria a saída de capitais."
Ele acha que o período de lua-de-mel no relacionamento entre o Brasil e a China está chegando ao fim. Apesar dos interesses comuns dos dois países na complementaridade comercial, neste momento impera uma certa desconfiança mútua. "A concessão do status de economia de mercado para a China nos coloca, às vezes, em posições pouco vantajosas na competição com produtos chineses", ponderou. Segundo ele, essa nova condição obriga o Brasil a argumentar, exclusivamente na OMC, contra práticas que considera desleais. "Por outro lado, a China tem muito interesse em ampliar as relações com o Brasil, porque nós vamos ser um grande supridor de matérias-primas para eles."
Roberto Teixeira da Costa disse que a falta de perspectivas de acordos comerciais com o Mercosul torna ainda mais imperiosas as negociações do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). Ele lembrou que as negociações com a União Européia estão em novo impasse, porém ressalvou que a visita do secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, ao País recoloca o Brasil no centro das atenções para a formação da Alca. "Realmente, esse é um acordo importante", frisou. "Mas, acima de tudo, é fundamental a OMC", prosseguiu o empresário. "Sem uma OMC forte, que possa ser um árbitro importante nas questões internacionais e, principalmente, nas questões dos subsídios agrícolas, o Brasil nunca vai ter acordos que possam respeitar as nossas vantagens comparativas e competitivas nos mercados mundiais."
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/351229/visualizar/
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