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Nacional
Quinta - 24 de Março de 2005 às 00:43
Por: Tânia Monteiro

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Brasília - Um dia depois de anunciar uma pequena modificação na sua equipe durante a tão esperada reforma ministerial, que gerou disputa entre partidos e políticos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, falando aos micro e pequenos empreendedores premiados pela qualidade de gestão de suas empresas, mandou um recado aos políticos e ministros.

"Eu não sou presidente, eu estou presidente", afirmou o presidente, que acrescentou ainda que, "se todo dirigente político tivesse consciência de que ninguém nasce presidente, ninguém nasce ministro, e que nós estamos de passagem aqui,- e todos nós sabemos que estamos de passagem-, se todos pensarmos isso, seremos mais abertos, seremos mais produtivos na nossa ação e seremos mais democráticos ao permitir que as coisas sejam debatidas para que se possa errar menos ao fazer as leis, ao mandar os projetos (ao Congresso)".

Em mais um discurso de improviso, Lula disse que "ganhou o dia" por três motivos: fez "uma boa" reunião com seus ministros, na qual disse ter decidido "coisas importantes", resolveu a engenharia do sistema ferroviário brasileiro, "que estava emperrado há anos, e por sentir a emoção dos empresários ali presentes.

Em seguida, recomendou que todos "colocassem emoção em tudo que fizessem e justificou: "eu aprendi que é impossível fazer as coisas sem emoção porque, se a gente não senti no coração o que está fazendo, a gente age como robô".

Mascate

Após ouvir o ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, anunciar que no final do mês o país alcançará US$ 101 bilhões nas exportações, com 20 meses de antecedência, Lula lembrou que tem desafiado os empresários a ter coragem para vender cada vez mais. "O mundo está aberto para nós", declarou ele, acentuando que "poucas vezes gozamos da credibilidade, da simpatia e do apreço pelo Brasil que gozamos hoje". Para o presidente, o País precisa usufruir disso porque "o Brasil pode competir com qualquer país do mundo.

Em seguida, ele lembrou que pediu ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, na semana passada, que dê prioridade de votação na Casa à lei das microempresas, que dará maior acessos às empresas que desejam produzir mais". Destacou, ainda, medidas adotadas pelo governo para desburocratizar e beneficiar o setor.

Pouco antes, Lula criticou os presidentes dos países que participaram de um encontro Ibero Americano, nos primeiros meses de seu governo, que concentraram seus discursos em lamentar a pobreza dos seus países e o descaso dos ricos com eles. "Ninguém vai para a frente com tanta energia negativa", desabafou ele, acrescentando que "tirou disso uma lição por entender que "não é possível que um presidente de um país, ao falar para gente de outros lugares do mundo, ele não consiga passar nada de positivo que acontece no seu país". Por isso, completou, chamou o ministro Furlan para integrar a sua equipe, porque queria um mascate, um prático e não um teórico para executar a sua política de comércio exterior.




Fonte: Agência Estado

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