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Internacional
Quarta - 23 de Março de 2005 às 22:50
Por: Lana Cristina

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Brasília - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, elogiou hoje a atuação brasileira no Haiti, à frente das tropas de paz das Nações Unidas (ONU). Em sua rápida passagem por Brasília, Rumsfeld relembrou o diplomata Sérgio Vieira de Mello e disse que seu trabalho colaborou diretamente para que o Iraque pudesse realizar eleições democráticas.

"Os brasileiros podem ter muito orgulho dessa herança e dessa liderança que o país exerce na região e em várias partes do globo. Eu menciono especialmente o caso do Haiti", afirmou o secretário americano. Para Rumsfeld, a liderança brasileira na Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) é uma contribuição bem-vinda na montagem de uma coalizão a serviço da retomada da estabilidade local.

Rumsfeld esteve, em Brasília, com o ministro da Defesa, José Alencar, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com ambos, o secretário americano expressou preocupação com as ameaças que representam grupos terroristas e do narcotráfico que atuam na América Latina. Por isso, disse Rumsfeld, Brasil e Estados Unidos pensam em trabalhar juntos para combater o terrorismo.

Questionado se o Brasil teria preferência no pleito a uma vaga no Conselho de Segurança da ONU, por exercer a liderança das tropas de paz, Rumsfeld se negou a expressar sua opinião porque o assunto, segundo ele, é uma prerrogativa do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ou ainda da secretária de Estado, Condoleezza Rice.

O secretário americano confirmou ter conhecimento da intenção da Venezuela de adquirir 100 mil fuzis AK-47 e se mostrou preocupado em relação ao assunto. "Eu não posso imaginar o que vai acontecer com 100 mil AK-47, eu não consigo imaginar porque a Venezuela precisa de 100 mil AK-47, e eu espero que isso não aconteça", ressaltou Rumsfeld. Para ele, a compra dos armamentos não seria um benefício em si para o hemisfério Sul e colaboraria para aumentar a preocupação com a interferência política por parte do presidente venezuelano Hugo Chávez em outros países.

Já o ministro da Defesa e vice-presidente, José Alencar, ressaltou que o Brasil é um país historicamente pacífico e que está cada vez mais interessado em estreitar as relações com países da América Latina, seja na área diplomática, econômica e comercial. "O Brasil sempre defendeu e continua defendendo a auto-determinação de não intervir em assuntos de outros países", observou Alencar após questionamento sobre a compra dos armamentos por parte da Venezuela.

Donald Rumsfeld descartou qualquer possibilidade de controle do espaço aéreo da Argentina, a despeito do que se divulgou em jornais argentinos, ou de outro país latino-americano. "Quem decide qualquer coisa desse tipo teria me informado e não houve absolutamente nada nesse sentido. Então, pode-se descartar esta situação. Não discutimos nada sobre isso aqui no Brasil", garantiu o secretário americano.

Rumsfeld assistirá, à tarde, em Manuas, palestras sobre o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), sobre o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e sobre a Lei do Tiro de Destruição (Lei do Abate).





Fonte: Agência Brasil

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