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Internacional
Quarta - 23 de Março de 2005 às 18:23
Por: Paul de Bendern

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O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse na quarta-feira que pode ser necessária uma investigação mais minuciosa sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik al-Hariri. Um relatório da Organização das Nações Unidas sobre o caso deve ser divulgado em breve.

Num discurso para os líderes árabes reunidos em Argel, entre eles o presidente sírio, Bashar al-Assad, Annan pediu eleições parlamentares livres e justas no Líbano, em maio.

"Nos próximos dias, deve ser divulgado o relatório da missão de investigação que estabeleci logo após o assassinato. Uma investigação mais abrangente também pode ser necessária", afirmou Annan na cúpula da Liga Árabe.

A declaração foi feita pouco depois de uma bomba ter explodido num shopping center num reduto cristão anti-sírio ao norte de Beirute, matando três crianças e aproximando o Líbano do caos.

A missão de investigação foi criada após a manifestação de insatisfação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) com o ataque a bomba que atingiu a comitiva de Hariri no dia 14 de fevereiro.

A oposição libanesa e muitos libaneses comuns culparam a Síria e seus aliados locais pelo crime. A corrente anti-síria exigiu uma investigação internacional do assassinato, afirmando não confiar nas autoridades de segurança libanesas, que são pró-Síria. Os governos sírio e libanês negaram qualquer envolvimento.

O juiz libanês responsável pela investigação local do crime, Michel Abu Arraj, pediu na quarta-feira para ser retirado do caso, disseram fontes judiciais no Líbano. Segundo elas, o Judiciário vai se reunir na quinta-feira para decidir se aceita o pedido e indica outro juiz para investigar o caso.

Annan disse na terça-feira, depois de conversar com Assad em Argel, que espera que a Síria apresente um cronograma preciso e confiável para a retirada total de suas tropas e serviços de segurança do Líbano até o começo do mês que vem.

"Minha expectativa é que a retirada total de todos os soldados sírios, incluindo o aparato de inteligência e os equipamentos militares, aconteça antes das eleições parlamentares libanesas", disse Annan na quarta-feira.

Sob forte pressão internacional e da oposição libanesa, a Síria concluiu o primeiro estágio do plano de retirada do Líbano, levando as tropas para o vale do Bekaa e chamando de 4.000 a 6.000 soldados de volta.

Ainda permanecem no Líbano entre 8.000 e 10.000 soldados sírios.

O líder líbio, Muammar Kadafi, disse à cúpula que a Síria deveria ser recompensada pelos sacrifícios que fez para conter a guerra civil libanesa, entre 1976 e 1990.

"Quando a Síria sair, vocês vão ver o que vai acontecer no Líbano ... A Síria está lá para garantir a estabilidade e a segurança do Líbano. É melhor ter as armas da Síria que as armas de outros países da região", disse ele, afirmando que os israelenses assumirão o papel dos sírios.





Fonte: Reuters

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