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Internacional
Quarta - 23 de Março de 2005 às 17:10
Por: Benjamin Kang Lim

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O médico que denunciou os esforços da China para esconder a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda e Grave (Sars) em 2003 foi libertado após passar vários meses em prisão domiciliar, mas está impedido de falar com os meios de comunicação ou de viajar ao exterior, disse na quarta-feira uma pessoa próxima à família dele.

O governo chinês deteve Jiang Yanyong, 73, no ano passado poucos meses depois de ele ter escrito uma carta para os principais dirigentes do país conclamando-os a reavaliar as manifestações pró-democracia de 1989, violentamente reprimidas pelas forças oficiais.

O governo diz que os protestos realizados na praça da Paz Celestial (Tiananmen) eram contra-revolucionários.

Preso após ter enviado a carta, Jiang teve permissão para voltar para casa depois de sete semanas durante as quais foi submetido a "sessões de estudo", mas ele não pôde sair para a rua durante oito meses.

"Desde ontem, ele tem permissão para sair. Basicamente, as coisas voltaram ao normal", disse a mulher de Jiang, Hua Zhongwei, por telefone. O cirurgião militar estava em bom estado de saúde.

"Não é conveniente conversar com você sobre as outras circunstâncias", afirmou Hua quando questionada sobre se o médico ainda estava submetido a outras limitações.

Jiang é considerado um herói por muitos chineses porque expôs os esforços de autoridades do país de acobertar a epidemia de Sars. O escândalo provocou a demissão do ministro da Saúde e do prefeito de Pequim à época bem como propiciou a coleta e divulgação de dados precisos sobre a doença.

Em agosto passado, nas Filipinas, a filha do médico recebeu o Prêmio Ramon Magsaysay por serviços públicos (o equivalente asiático do Prêmio Nobel) em nome de Jiang, já que ele não teve autorização para sair da China.





Fonte: Reuters

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