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Internacional
Quarta - 23 de Março de 2005 às 15:10
Por: Denise Chrispim Marin

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Brasília - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, afirmou nesta manhã que o governo americano está preocupado com a operação de compra de 100 mil fuzis AK47, da Rússia, pelo governo da Venezuela. Esta foi a primeira vez que um alto funcionário do governo americano se manifestou publicamente sobre a questão, que vinha sendo criticada apenas nos escalões mais baixos das secretarias de Defesa e de Estado.

"Não posso imaginar o que vai acontecer com esses fuzis. Por que a Venezuela precisa desses fuzis?", respondeu o secretário, ao ser indagado sobre o processo de reaparelhamento das Forças Armadas Venezuelanas. "Não vejo como isso pode contribuir com a estabilidade no hemisfério", completou Rumsfeld, durante entrevista coletiva, ao lado do vice-presidente e ministro da Defesa do Brasil, José Alencar. Rumsfeld deixou claro, ainda, que espera que essa operação de compra dos fuzis não seja concluída.

Alencar evita falar sobre Venezuela Durante a entrevista José Alencar evitou responder diretamente sobre a questão da compra de armamentos da Rússia pela Venezuela. Ele disse que o Brasil sempre defendeu a auto determinação dos povos e a não intervenção em assuntos internos. Lembrou ainda que o Brasil, historicamente, é um país pacífico e que atua nas esferas diplomática e comercial, para o bem comum.

Questionado se o Brasil poderia finalmente qualificar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) como um grupo terrorista, Alencar esquivou-se duas vezes de uma resposta direta. A posição do governo Luiz Inácio Lula da Silva tem sido igualmente de se desviar dessa questão e de não taxar as Farc como um grupo de terror. "Claro que nós, à distância, não podemos fazer juízo dessa coisa. Mas se adota o crime como meio para levantar recursos, obviamente é uma ação nefasta, que deve ser combatida", afirmou Alencar.

Rumsfeld deixou o Palácio do Planalto, onde se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por volta de meio-dia. Ao sair foi acompanhado por Alencar, que ao ser mais uma vez questionado sobre a questão das Farc mostrou-se surpreso por não ter sido compreendido. "Só falta agora eu pegar uma arma na mão, porque já falei o que tinha de falar", afirmou.

Rumsfeld embarcou para Manaus (AM) onde visitará as instalações do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). Hoje à tarde, o secretário americano seguirá para a Guatemala.





Fonte: Agência Estado

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