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Quinta - 29 de Novembro de 2012 às 02:34
Por: Laura Nabuco

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A oito dias do prazo final para desocupação da terra indígena Marãiwatsédé, na região de Alto Boa Vista (distante 1.064 quilômetros de Cuiabá), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Associação de Produtores Rurais da Gleba Suiá Missú (Aprosum) não concordam sobre a quantidade de não-índios que vivem na área.

Enquanto a Funai afirma que pelo menos 80% da população local foi notificada a deixar a reserva, num total de 455 responsáveis por imóveis; a Aprosum garante que existem ao menos 980 famílias e 95 pontos comerciais no distrito.

“Falar em sete mil pessoas realmente é exagero, mas ao menos cinco mil existem. Só matriculados em escolas são 800 alunos. Na hora que a polícia tiver que tirar as pessoas é que vão ver o número real”, critica o advogado da associação, Luiz Alfredo Feresin.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgados em agosto deste ano apontavam Marãiwatsédé como a reserva indígena mais populosa de Mato Grosso: 2.427 habitantes. Deste total, 1,1 mil pessoas não se declararam, mas se consideram indígenas e 407 negaram serem índios.

Responsável pelo assentamento dos produtores que possuírem perfil para receber terras do governo Federal, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) realizou um levantamento em 2011 que apontou cerca de 500 famílias aptas ao programa.

Às vésperas da desintrusão, no entanto, apenas 45 delas procuraram a equipe da autarquia que faz o cadastro dos interessados no benefício. Conforme a assessoria do Incra, o cadastro é voluntário.

A suspeita é que a maior parte das pessoas ainda acredite numa reviravolta judicial ou não se encaixe nos padrões exigidos para receber o benefício.

Até o momento, o órgão trabalha apenas com um dos três assentamentos anunciados para as famílias: o Santa Rita, em Ribeirão Cascalheiras.




Fonte: DO DC

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