Informática da Saúde abre seus sistemas à comunidade

A Secretaria de Estado de Saúde, seguindo a determinação política do governador Blairo Maggi, estabelece como meta o uso otimizado de verbas públicas sempre voltadas para o benefício da população de Mato Grosso. Nesta primeira quinzena de março a Coordenadoria de Tecnologia da Informação – CTI da Secretaria, dirigida por João Francisco Borba, demonstrou que essa preocupação pode produzir resultados no setor de Informática.

Os sistemas de informática da Secretaria de Estado de Saúde estão envolvidos na interligação de um parque computacional de cerca de 1.500 computadores usados nos mais diversos setores da Secretaria.

João Francisco Borba explicou que, com a autorização do secretário Marcos Machado, abriu todos esses sistemas de informática da Saúde, exceto os que não são de seu domínio, para uso externo. “A medida visa reverter, em beneficio do contribuinte, um serviço já pago pelos seus impostos”, esclareceu o coordenador de TI. “Como? Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, entidades filantrópicas e outras entidades que compõem a sociedade civil organizada poderão, se desejarem, usar ou estudar os sistemas de informática que trouxeram bons resultados para a Secretária de Estado de Saúde e obter os mesmo resultados”.

O uso dos sistemas é oferecido gratuitamente. “O contribuinte já pagou pelo desenvolvimento deles”, justificou Borba, “e seria imoral cobrar-lhe duas vezes pelo mesmo serviço”.

Essa iniciativa já começou a ser reconhecida por outros Estados. Naldo Pinto, da Secretaria de Estado de Saúde de Roraima, comenta que “iniciativas como essa é que fazem a diferença neste mundo globalizado e cheio de indiferenças”. Já Manoel Pires de Paiva, da Secretaria de Estado de Saúde do Paraná, parabeniza: “é com enorme satisfação que recebo esta noticia, pois vocês saíram do discurso e foram para prática”, e comenta: “Assim que terminar meu levantamento aqui no Paraná, tomaremos atitude semelhante”.

Sistemas de informação alcançam, desde suas concepções até seus desenvolvimentos e implantação, altas somas monetárias, em alguns casos superiores a seis dígitos.

Os interessados em fazer uso desses sistemas precisam apenas possuir uma plataforma de desenvolvimento similar para utilizá-los diretamente ou uma plataforma de desenvolvimento de potencial equivalente para poder adaptá-los como desejarem.

A Coordenadoria de Tecnologia da Informação tem quase 50 profissionais em sua folha de pagamento sendo que parte deles, segundo Borba, é pós-graduada ou está envolvida com pós-graduação na área de informática.

A CTI traçou várias metas que o coordenador reputou serem, em alguns casos, pretensiosas. A primeira delas, já suplantada com folga ainda em 2004, era reduzir os erros dos sistemas de informação da SES pela metade, o que foi alcançado ainda em maio daquele ano; ao final do ano se constatou uma redução superior a 90%. Borba previu a necessidade de instalação de mais 500 pontos de comunicação, que podem ser computadores, até o final de 2005. Outra meta “pretensiosa” da Coordenadoria: Interligar toda a SES a uma grande rede de informação até o final do ano. “Em suma, até o final do ano, e olhe que só temos mais nove meses para isso, vamos alcançar um patamar mais elevado de qualidade na TI interna. A partir daí, a cada ano, vamos melhorar cada vez mais esse nível”, prometeu.

Borba ressaltou que, nem todas as metas da CTI estão marcadas para serem alcançadas em curto prazo; algumas só terão seus frutos colhidos mesmo nos próximos mandatos de governo, mas, ainda assim, com base em uma visão de futuro, é necessário dar os primeiros passos.