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Meninos que matam: 50 adolescentes sabem o que é isso
A segunda causa de internação de meninos no Centro Socioeducativo (antigo Pomeri) é o homicídio. Por já terem matado, antes de completar 18 anos, cumprem medida socieducativa hoje 47 adolescentes mato-grossenses de um total de 296 atendidos pela instituição em 2004. Se somados aos casos de duplos homicídios (3) e latrocínio (9), o número aumenta para 50 adolescentes. Vale lembrar ainda que mais 20 garotos estão no local por terem tentado matar alguém.
O total de envolvidos direta e indiretamente com a morte é 26,88%. Comparada com a de jovens que cumprem medida por furto e roubo (62,16%), a porcentagem é pequena. Porém, o que assusta é a precocidade da iniciação para o crime de morte, diz a defensora pública da Vara Infracional do Pomeri, Alenir Auxiliadora Ferreira da Silva. Ela conta que trabalha no local desde 2000 e a cada ano aparecem adolescentes mais novos. Hoje, há meninos de 13 anos no local por homicídio.
Apesar da estatística, ela ressalta que acredita na recuperação dos infratores. "Todos são passíveis de ressocialização. O homicídio é um fato esporádico e que deixa traumas. Muitos se arrependem", diz. Segundo ela, em geral eles têm histórico de furto, roubo, ameaça, uso de drogas e porte ilegal. Mas também há casos pontuais, em que matam por uma rixa qualquer. Não há dado específico sobre reincidência em casos de homicídio. No entanto, ela estima que em pelo menos 40% dos casos há recuperação.
De acordo com o professor de Sociologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Naldson Ramos da Costa, a inclinação do jovem para a violência é explicada por vários fatores econômicos, sociais e culturais. Dentre muitos, cita a desvalorização e banalização da vida, desemprego, narcotráfico, má distribuição de renda, descrença na justiça, valorização da figura do justiceiro, impunidade e ineficiência policial. Lembra ainda que a violência é inerente às relações sociais, pois o ser humano tem dificuldade para lidar com situações de conflito.
No caso específico do jovem homicida, diz que em geral eles são motivados por machismo e envolvimento com narcotráfico. Na necessidade de auto-afirmar a personalidade, se juntam a grupos para se sentirem mais fortes e demarcarem território. Em gangues, ficam mais provocadores e usam a violência como solução rápida para os conflitos. Já o narcotráfico os deixa vulneráveis a situações de perigo e disputa por território.
A defensora também cita a banalização da vida e conivência dos pais como motivação. Além disso, estima que 99% deles já experimentaram algum tipo de droga. Pior: há casos de mães que foram flagradas levando entorpecentes para os meninos. Lembra ainda que, quando são muito novos, acabam sendo influenciados pelos mais velhos. Estes os fazem acreditar que não serão apreendidos porque têm amparo legal.(
O total de envolvidos direta e indiretamente com a morte é 26,88%. Comparada com a de jovens que cumprem medida por furto e roubo (62,16%), a porcentagem é pequena. Porém, o que assusta é a precocidade da iniciação para o crime de morte, diz a defensora pública da Vara Infracional do Pomeri, Alenir Auxiliadora Ferreira da Silva. Ela conta que trabalha no local desde 2000 e a cada ano aparecem adolescentes mais novos. Hoje, há meninos de 13 anos no local por homicídio.
Apesar da estatística, ela ressalta que acredita na recuperação dos infratores. "Todos são passíveis de ressocialização. O homicídio é um fato esporádico e que deixa traumas. Muitos se arrependem", diz. Segundo ela, em geral eles têm histórico de furto, roubo, ameaça, uso de drogas e porte ilegal. Mas também há casos pontuais, em que matam por uma rixa qualquer. Não há dado específico sobre reincidência em casos de homicídio. No entanto, ela estima que em pelo menos 40% dos casos há recuperação.
De acordo com o professor de Sociologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Naldson Ramos da Costa, a inclinação do jovem para a violência é explicada por vários fatores econômicos, sociais e culturais. Dentre muitos, cita a desvalorização e banalização da vida, desemprego, narcotráfico, má distribuição de renda, descrença na justiça, valorização da figura do justiceiro, impunidade e ineficiência policial. Lembra ainda que a violência é inerente às relações sociais, pois o ser humano tem dificuldade para lidar com situações de conflito.
No caso específico do jovem homicida, diz que em geral eles são motivados por machismo e envolvimento com narcotráfico. Na necessidade de auto-afirmar a personalidade, se juntam a grupos para se sentirem mais fortes e demarcarem território. Em gangues, ficam mais provocadores e usam a violência como solução rápida para os conflitos. Já o narcotráfico os deixa vulneráveis a situações de perigo e disputa por território.
A defensora também cita a banalização da vida e conivência dos pais como motivação. Além disso, estima que 99% deles já experimentaram algum tipo de droga. Pior: há casos de mães que foram flagradas levando entorpecentes para os meninos. Lembra ainda que, quando são muito novos, acabam sendo influenciados pelos mais velhos. Estes os fazem acreditar que não serão apreendidos porque têm amparo legal.(
Fonte:
Secom - MT
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/351718/visualizar/
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