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Educação/Vestibular
Sábado - 19 de Março de 2005 às 02:40
Por: David Moisés

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Birmingham (Inglaterra) - A maior feira de educação do Reino Unido, que apresenta as últimas novidades em recursos para o aprendizado, tem entre seus destaques vários equipamentos de alta tecnologia, mas o estande de Peter e Ann-Marie Greatwood chama tanta atenção quanto os de softwares educativos. O casal vende puppets.

São ursinhos de pelúcia, simples como os mais antigos do gênero, nos quais se pode introduzir a mão e fazer os bracinhos se movimentarem. Ann-Marie começou a fazer estes puppets há 20 anos, por ser apaixonada pelos tradicionais teddy bears, e passou a vendê-los aos também apaixonados pelo bonequinho. Então a procura aumentou e ela abriu uma empresa. Descobriu que abastecia professores de educação infantil e de crianças com deficiências.

Neste ano a Hand Puppets UK Limited estreou na Education Show, em Birmingham, re-inaugurando com outros 38 expositores a chamada Special Needs Village, dedicada a recursos para educação especial. A empresa de Ann-Marie não cresceu tanto, mas se profissionalizou. Os puppets feitos à mão, coisa de 20 por semana, agora têm a companhia de versões industrializadas, feitas na China em maior quantidade para atender a demanda.

O design é o mesmo, seguindo um rigoroso critério de simplicidade. "O importante é que a criança possa olhar para o puppet, seguir seus movimentos e soltar a imaginação", diz ela. "Os ursinhos são simpáticos, não assustam os pequenos com narizes estranhos", completa Peter, que se aposentou da agência aerospacial britânica, onde trabalhava como engenheiro projetista, e há dois anos assumiu a administração da empresa para fornecer estes "estimuladores de imaginação".

Tecnologia e jogos

De recursos simples aos mais sofisticados, a Special Needs Village mostra uma variedade de produtos não imaginada no Brasil. Na ponta tecnológica os britânicos apresentaram o adVOCate, um aparelho sonoro pouco maior que um controle remoto de TV, que grava expressões de uso freqüente - como "estou em dúvida" – e as repete cada vez que seu usuário aperta a tecla correspondente. Crianças com deficiências de fala podem usar este recurso para se comunicar. A fabricante Toby Churchill (www.toby-churchill.com) fixou o preço em cerca de US$ 4 mil.

Jogos especiais desenvolvidos para auxiliar no aprendizado de disléxicos foram apresentados por empresas como a Lakeland Educational ( www.lakelandeducational.co.uk), com quebra-cabeças que permitem estudar letras, sílabas e construção de frases. A Speechmark Publishing ( www.speechmark.net) trouxe o Follow on Mathemagicians, uma série de manuais para ensino de matemática. A Lexia ( www.readingsoftware.com) lançou três softwares: o Lexia Reading Software, para alunos disléxicos já reprovados na escola, o Lexia Foundation Reading, para crianças de 5 a 7 anos, e o Lexia Cross-Trainer: Visual Spatial, que propõe um reforço nas habilidades mentais.

Pesquisa e livros

A grande oferta de produtos para ensino de disléxicos reflete não apenas a demanda do mercado - são 2 milhões de pessoas no Reino Unido - mas também a força de organizações e institutos voltados para o tema. Pesquisas são financiadas e algumas resultam em produtos como os livros infantis da Chrysalis Children´s Books (www.chrysalisbooks.co.uk), nos quais as letras têm um design especial para permitir a leitura.

Dois terços dos 150 títulos infantis da editora são impressos com estes caracteres especiais, desenvolvidos pela dinamarquesa Natascha Frensch. Ela recebeu recursos da Audi Design Foundation para a pesquisa e chegou a uma tipologia precisa: cada letra tem formato próprio e detalhes minúsculos capazes de evitar que o disléxico tenha sensações típicas como a de desalinhamento ou embaralhamento dos caracteres.

A Special Needs reestreou nesta Education Show 2005 - o público dos anos anteriores exigiu -, em Birmingham, e terá também sua edição em Londres, no fim de setembro, durante a Education Show London. A feira de Birmingham começou na quinta-feira e termina neste sábado. Calcula-se que 20 mil pessoas visitem os mais de 650 expositores deste ano.




Fonte: Agência Estado

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