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Moscou e Tbilisi preparam negociação para retirada de bases
Rússia e Geórgia iniciam na próxima semana negociações para a retirada das bases russas em meio a uma dura discussão sobre quando o último soldado russo deverá abandonar este país do Cáucaso que pretende entrar na Otan.
"Esta será a primeira rodada de negociações depois da recente decisão de nosso Parlamento de bloquear as bases caso não se chegue a um compromisso sobre o prazo de sua retirada", disse à EFE Gueorgui Baramidze, ministro de Estado para a Integração Atlântica da Geórgia.
O responsável pela realização de um dos maiores objetivos georgianos, a integração à Otan, espera que "as negociações transcorram em um ambiente construtivo em que seja possível a compreensão mútua".
"Essas bases (na zona do porto de Batumi, na região sudeste do Mar Negro próxima à Turquia, e em Ajalkalaki, sul da Geórgia de população majoritariamente armênia) não representam valor militar para Rússia, mas para nós é muito importante não ter tropas estrangeiras em nosso território", disse.
A Geórgia insiste que a retirada das bases, com um total de 2.500 militares - desses, um terço é composto por habitantes locais -, deve ser concluída em três anos, enquanto a Rússia insiste num prazo de seis anos.
Recentemente, no entanto, o Estado Maior russo, que pretende transformar as bases em duas brigadas de Montanha, mencionou um "prazo mínimo de três ou quatro anos" para sua criação.
Os especialistas russos relacionam diretamente as "pressas" da Geórgia em se desfazer de uma presença militar (que a Rússia herdou em 1991 da desaparecida URSS) com seu objetivo de ingressar na Otan, porque estas bases militares poderiam ser um impedimento.
"Acredito que em 2007 a Geórgia deve estar pronta para ingressar na Otan", ressaltou Baramidze.
Baramidze disse também que "o processo de integração atlântica da Geórgia não tem nada a ver com a retirada das bases militares russas".
"A Geórgia ingressando ou não na Otan, as bases deverão desaparecer", insistiu.
O ministro georgiano voltou a repetir que não se trata de substituir as bases russas por outras da Otan.
"Nosso presidente, Mikhail Saakashvili, em reiteradas ocasiões e até mesmo na tribuna da ONU, declarou que a Geórgia não quer ter bases estrangeiras em seu território. É uma posição unívoca e clara", ressaltou.
Baramidze explicou que o acordo assinado pela Otan e pela Geórgia no início do mês em Bruxelas sobre o transporte de cargas ao Afeganistão por território da Geórgia "não levará à aparição de tropas da Otan na Geórgia".
"O processo (de transporte de cargas) começará quando a Otan considerar oportuno. É um compromisso que assumimos e que cumpriremos", ressaltou.
Ampliando o tema dos compromissos militares da Geórgia, Baramidze reiterou que seu país não pensa na retirada ou na redução de seu contingente militar no Iraque, integrado atualmente por 650 militares.
"Ao enviar nossos soldados ao Iraque reforçamos as posições internacionais da Geórgia e mostramos a decisão de dar nossa contribuição à segurança internacional", disse, lembrando que, além disso, "o Iraque está perto da Geórgia".
Às vésperas das negociações russo-georgianas a situação em Ajalkalaki, localidade onde está situada uma das bases russas que dá emprego a cerca de 2 mil moradores locais, ficou mais complicada.
O "movimento sócio-político Virk", que pretende representar a maioria armênia dessa região, já organizou vários comícios contra a retirada e alimenta os temores da população com referências ao genocídio que os armênios sofreram sob o domínio turco no começo do século XX.
"A população da região teme que após a retirada das tropas russas aconteça uma expansão dos interesses russos", declarou nesta quinta-feira à agência russa Interfax David Rstakián, co-presidente do Virk.
Depois de lembrar que no domingo passado em Ajalkalaki "milhares de pessoas" se manifestaram e ameaçar fazer novos protestos similares, Rstakián exigiu "firmes garantias que as tropas russas não serão substituídas por forças estrangeiras e, mais precisamente, turcas".
"Isso agravaria ao extremo a situação na região", alertou.
O líder do Virk admitiu que o presidente Saakashvili prometeu que na atual base serão colocadas tropas georgianas, mas não considerou que estas declarações possam servir de uma "garantia firme".
"Nossa fé nas atuais autoridades da Geórgia não é maior que nas anteriores", disse.
"Esta será a primeira rodada de negociações depois da recente decisão de nosso Parlamento de bloquear as bases caso não se chegue a um compromisso sobre o prazo de sua retirada", disse à EFE Gueorgui Baramidze, ministro de Estado para a Integração Atlântica da Geórgia.
O responsável pela realização de um dos maiores objetivos georgianos, a integração à Otan, espera que "as negociações transcorram em um ambiente construtivo em que seja possível a compreensão mútua".
"Essas bases (na zona do porto de Batumi, na região sudeste do Mar Negro próxima à Turquia, e em Ajalkalaki, sul da Geórgia de população majoritariamente armênia) não representam valor militar para Rússia, mas para nós é muito importante não ter tropas estrangeiras em nosso território", disse.
A Geórgia insiste que a retirada das bases, com um total de 2.500 militares - desses, um terço é composto por habitantes locais -, deve ser concluída em três anos, enquanto a Rússia insiste num prazo de seis anos.
Recentemente, no entanto, o Estado Maior russo, que pretende transformar as bases em duas brigadas de Montanha, mencionou um "prazo mínimo de três ou quatro anos" para sua criação.
Os especialistas russos relacionam diretamente as "pressas" da Geórgia em se desfazer de uma presença militar (que a Rússia herdou em 1991 da desaparecida URSS) com seu objetivo de ingressar na Otan, porque estas bases militares poderiam ser um impedimento.
"Acredito que em 2007 a Geórgia deve estar pronta para ingressar na Otan", ressaltou Baramidze.
Baramidze disse também que "o processo de integração atlântica da Geórgia não tem nada a ver com a retirada das bases militares russas".
"A Geórgia ingressando ou não na Otan, as bases deverão desaparecer", insistiu.
O ministro georgiano voltou a repetir que não se trata de substituir as bases russas por outras da Otan.
"Nosso presidente, Mikhail Saakashvili, em reiteradas ocasiões e até mesmo na tribuna da ONU, declarou que a Geórgia não quer ter bases estrangeiras em seu território. É uma posição unívoca e clara", ressaltou.
Baramidze explicou que o acordo assinado pela Otan e pela Geórgia no início do mês em Bruxelas sobre o transporte de cargas ao Afeganistão por território da Geórgia "não levará à aparição de tropas da Otan na Geórgia".
"O processo (de transporte de cargas) começará quando a Otan considerar oportuno. É um compromisso que assumimos e que cumpriremos", ressaltou.
Ampliando o tema dos compromissos militares da Geórgia, Baramidze reiterou que seu país não pensa na retirada ou na redução de seu contingente militar no Iraque, integrado atualmente por 650 militares.
"Ao enviar nossos soldados ao Iraque reforçamos as posições internacionais da Geórgia e mostramos a decisão de dar nossa contribuição à segurança internacional", disse, lembrando que, além disso, "o Iraque está perto da Geórgia".
Às vésperas das negociações russo-georgianas a situação em Ajalkalaki, localidade onde está situada uma das bases russas que dá emprego a cerca de 2 mil moradores locais, ficou mais complicada.
O "movimento sócio-político Virk", que pretende representar a maioria armênia dessa região, já organizou vários comícios contra a retirada e alimenta os temores da população com referências ao genocídio que os armênios sofreram sob o domínio turco no começo do século XX.
"A população da região teme que após a retirada das tropas russas aconteça uma expansão dos interesses russos", declarou nesta quinta-feira à agência russa Interfax David Rstakián, co-presidente do Virk.
Depois de lembrar que no domingo passado em Ajalkalaki "milhares de pessoas" se manifestaram e ameaçar fazer novos protestos similares, Rstakián exigiu "firmes garantias que as tropas russas não serão substituídas por forças estrangeiras e, mais precisamente, turcas".
"Isso agravaria ao extremo a situação na região", alertou.
O líder do Virk admitiu que o presidente Saakashvili prometeu que na atual base serão colocadas tropas georgianas, mas não considerou que estas declarações possam servir de uma "garantia firme".
"Nossa fé nas atuais autoridades da Geórgia não é maior que nas anteriores", disse.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/352303/visualizar/
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