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Agentes da inteligência síria começam a deixar Beirute
Agentes da inteligência síria começaram a se retirar de Beirute na terça-feira, cumprindo em parte a exigência dos Estados Unidos e da oposição libanesa pelo fim de três décadas de domínio da Síria sobre o país vizinho.
Testemunhas disseram que os sírios estavam descarregando equipamentos de trabalho no bairro de Ramlet al-Baida, à beira da praia, e colocando-os em caminhões. Também estavam retirando fotos do presidente sírio, Bashar al-Assad, e de seu pai, Hafez, do prédio.
A presença da temida inteligência síria sempre foi fundamental para sua influência política e militar sobre o Líbano, desde o início da intervenção de suas tropas, em 1976, no começo da guerra civil libanesa.
Uma fonte libanesa disse ter a expectativa de que todos os agentes da inteligência síria alocados em Beirute, no norte e no monte Líbano, tenham se transferido para o leste do Líbano na quarta-feira. Ele estimou o número total em entre 150 e 200 pessoas.
A inteligência síria ainda mantém uma sede libanesa no vale do Bekaa, na cidade de Anjar, mas o fechamento do escritório de Beirute indica que as forças sírias praticamente concluíram a primeira fase da retirada do Líbano, anunciada há dez dias. A Síria concordou em retirar suas tropas depois da pressão internacional e libanesa deflagrada pelo assassinato do ex-premiê libanês Rafik al-Hariri, em 14 de fevereiro.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu ao grupo xiita muçulmano Hizbollah, um partido regular no Líbano, que prove que não é uma organização terrorista depondo suas armas e trabalhando pela paz. "Vemos o Hizbollah como uma organização terrorista, e gostaria que ele provasse que não é depondo as armas e não ameaçando a paz", disse Bush a repórteres na terça-feira, com o rei Abdullah, da Jordânia, ao seu lado.
O Hizbollah levou centenas de milhares de pessoas às ruas de Beirute na semana passada para demonstrar apoio à Síria.
Na terça-feira, cerca de 3.000 estudantes pró-Síria fizeram uma manifestação diante da embaixada dos EUA no Líbano, protestando contra o que chamaram de interferência norte-americana em seu país.
Soldados libaneses e a tropa de choque, com o apoio de blindados do Exército, fizeram barricadas de arame farpado para proteger a embaixada. Não houve confronto.
Fontes libanesas disseram que a Síria deve concluir a primeira fase da retirada nos próximos dias. Mais de 4.000 soldados, de um total de 14 mil, voltaram à Síria na semana passada, e outros 2.000 estavam indo para o vale do Bekaa.
O desmonte da sede da inteligência coincidiu com a visita a Damasco do presidente egípcio, Hosni Mubarak, e com os esforços do candidato a premiê pró-Síria Omar Karami de obter uma unidade no governo para afastar a crise política.
INVESTIGAÇÃO
Parlamentares da oposição exigiram de Karami uma investigação internacional sobre o assassinato de Hariri e a demissão das autoridades de segurança apoiadas pela Síria, para que possam discutir a formação do governo.
O impasse põe em risco a realização das eleições parlamentares de maio, porque é preciso ter um novo governo pelo menos um mês antes da eleição. Karami deixou o cargo de premiê devido à pressão popular, mas deve voltar a ele.
Uma investigação da ONU sobre o assassinato de Hariri foi concluída na terça-feira. O resultado será entregue ao secretário-geral da entidade, Kofi Annan.
(Reportagem adicional de Roula Najem em Beirute e Inal Ersan em Damasco)
Testemunhas disseram que os sírios estavam descarregando equipamentos de trabalho no bairro de Ramlet al-Baida, à beira da praia, e colocando-os em caminhões. Também estavam retirando fotos do presidente sírio, Bashar al-Assad, e de seu pai, Hafez, do prédio.
A presença da temida inteligência síria sempre foi fundamental para sua influência política e militar sobre o Líbano, desde o início da intervenção de suas tropas, em 1976, no começo da guerra civil libanesa.
Uma fonte libanesa disse ter a expectativa de que todos os agentes da inteligência síria alocados em Beirute, no norte e no monte Líbano, tenham se transferido para o leste do Líbano na quarta-feira. Ele estimou o número total em entre 150 e 200 pessoas.
A inteligência síria ainda mantém uma sede libanesa no vale do Bekaa, na cidade de Anjar, mas o fechamento do escritório de Beirute indica que as forças sírias praticamente concluíram a primeira fase da retirada do Líbano, anunciada há dez dias. A Síria concordou em retirar suas tropas depois da pressão internacional e libanesa deflagrada pelo assassinato do ex-premiê libanês Rafik al-Hariri, em 14 de fevereiro.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu ao grupo xiita muçulmano Hizbollah, um partido regular no Líbano, que prove que não é uma organização terrorista depondo suas armas e trabalhando pela paz. "Vemos o Hizbollah como uma organização terrorista, e gostaria que ele provasse que não é depondo as armas e não ameaçando a paz", disse Bush a repórteres na terça-feira, com o rei Abdullah, da Jordânia, ao seu lado.
O Hizbollah levou centenas de milhares de pessoas às ruas de Beirute na semana passada para demonstrar apoio à Síria.
Na terça-feira, cerca de 3.000 estudantes pró-Síria fizeram uma manifestação diante da embaixada dos EUA no Líbano, protestando contra o que chamaram de interferência norte-americana em seu país.
Soldados libaneses e a tropa de choque, com o apoio de blindados do Exército, fizeram barricadas de arame farpado para proteger a embaixada. Não houve confronto.
Fontes libanesas disseram que a Síria deve concluir a primeira fase da retirada nos próximos dias. Mais de 4.000 soldados, de um total de 14 mil, voltaram à Síria na semana passada, e outros 2.000 estavam indo para o vale do Bekaa.
O desmonte da sede da inteligência coincidiu com a visita a Damasco do presidente egípcio, Hosni Mubarak, e com os esforços do candidato a premiê pró-Síria Omar Karami de obter uma unidade no governo para afastar a crise política.
INVESTIGAÇÃO
Parlamentares da oposição exigiram de Karami uma investigação internacional sobre o assassinato de Hariri e a demissão das autoridades de segurança apoiadas pela Síria, para que possam discutir a formação do governo.
O impasse põe em risco a realização das eleições parlamentares de maio, porque é preciso ter um novo governo pelo menos um mês antes da eleição. Karami deixou o cargo de premiê devido à pressão popular, mas deve voltar a ele.
Uma investigação da ONU sobre o assassinato de Hariri foi concluída na terça-feira. O resultado será entregue ao secretário-geral da entidade, Kofi Annan.
(Reportagem adicional de Roula Najem em Beirute e Inal Ersan em Damasco)
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/352686/visualizar/
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