Guaraná orgânico já é comercializado em MT

Os produtores rurais do município de Nova Santa Helena (622 km ao Norte de Cuiabá), há mais de 10 anos estão investindo na cultura do guaraná. No ano de 2004, os produtores receberam o certificado da Ecocert internacional uma das mais importantes certificadoras da Europa, habilitando a utilizar nos produtos o selo orgânico. Em dois anos de produção, os produtores estão comercializando o produto orgânico em forma de guaraná em pó e recentemente em bastão e estão atendendo o mercado interno e externo.

O supervisor local da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Domingos Cavazini, que também é técnico agrícola disse que na região possui 19 mil pés de guaraná, cultivados em 15 hectares de terra, com uma produção de nove toneladas por ano. Para auxiliar os produtores a Empaer presta assistência técnica e acompanha o trabalho de melhoramento do produto na indústria, verificando os cuidados com a higiene e com o produto a ser embalado e comercializado.

Os produtores festejam não somente pela comercialização do produto orgânico e sim pela produção na região que chega a atingir 400 quilos por hectare, considerada uma média superior em comparação com os Estados da Bahia e Amazonas que produzem 100 quilos por hectare. Segundo Cavazini, a vantagem é devido ao nosso clima que é mais temperado e a incidência de doença é menor, pois as cultivares utilizadas são todas do Amazonas. O guaraná orgânico de Nova Santa Helena foi apresentado em duas feiras internacional, uma no Rio de Janeiro e outra na Alemanha e 50% da produção foi comercializada através desses eventos.

O guaraná tradicional está sendo vendido nos supermercados por R$ 10,00 o quilo, enquanto o guaraná orgânico custa R$ 25,00 o quilo e no mercado internacional o quilo ultrapassa os R$ 30,00. "O trabalho vem sendo executado com os recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e os 15 produtores que estão acreditando na produção do guaraná orgânico já obtiveram um rendimento acima do esperado e alguns se preparam para ampliar a área, pois a mão de obra utilizada é a familiar e o resultado é comemorado dentro de casa", afirma Domingos.

Para industrializar a produção, o Programa de Apoio as Iniciativas Comunitárias (Padic) viabilizou recursos para a construção de uma agroindústria com a estrutura para beneficiar 50 quilos por dia, de guaraná em pó e em bastão. O guaraná chega na indústria em forma de grão e passa por processos até chegar ao produto final.

A Cooperativa de Produtores Agroecológico Portal da Amazônia (Cooperagrepa), que está sediada no município de Terra Nova do Norte (675 km ao Norte da capital), é a responsável pela comercialização do guaraná orgânico e já está com uma distribuidora em Cuiabá e alguns contatos com o Japão e Alemanha para enviar o produto. Além do guaraná a cooperativa está comercializando açúcar mascavo e mel orgânico.