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Nacional
Terça - 15 de Março de 2005 às 08:45

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ACM, que hoje discursa no Senado, está preocupado com a reforma ministerial

O senador Antonio Carlos Magalhães foi escolhido para abrir com um discurso a sessão especial do Senado, hoje à tarde, convocada para celebrar o aniversário de 20 anos da redemocratização do país. Além dele, irão discursar os senadores Marco Maciel (PFL-PE), Jorge Bornhausen (PFL-SC), Pedro Simon (PMDB-RS) e José Sarney (PMDB-AP), ex-presidente que conduziu a Nova República, a partir de 15 de março de 1985, encerrando o ciclo militar iniciado em 1964.

A sessão especial do Senado e uma missa em ação de graças na Catedral Metropolitana de Brasília, a ser oficiada pelo cardeal dom José Freire Falcão, são os únicos atos programados para comemorar a transmissão pacífica do poder dos militares para os civis, a fato político mais importante da história recente do Brasil. Entre os convidados, confirmaram presenças o ex-presidente Itamar Franco, atual embaixador na Itália, uns poucos ministros do governo Lula, além de embaixadores de vários países.

Aos 76 de idade, o jurista Célio Borja foi, nos últimos 50 anos, personagem e observador engajado de dois períodos democráticos e um período autoritário ao qual serviu com críticas. Numa análise em retrospectiva dos 20 anos de regime civil, Célio Borja sustenta que o país vive uma democracia "muito mais aperfeiçoada" que os períodos democráticos anteriores. A despeito dos avanços - principalmente os aspectos moral e jurídico -, ele acha primordial para a consolidação do "processo civilizatório" o aprimoramento da educação civil dos brasileiros.

"Não é patriotismo, não é militância nem reverência a esse ou àquele governo. Trata-se de formar homens livres, mostrando a eles como funcionam as instituições". Pessoalmente, Célio Borja tem a maior simpatia pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva - "é pobre, nordestino, eu votaria nele com o maior prazer" -, mas isso não faz dele um aliado político. Tem restrições profundas em relação ao PT: "A esquerda é autoritária, ela nunca se liberou do centralismo democrático, da ditadura do proletariado".

Mas o cerne autoritário que identifica no partido não compromete o futuro da democracia: "O regime de liberdades pública e individual é para durar. De mais a mais, acredito no senso moral de Lula que impede que certas coisas aconteçam".





Fonte: Correio da Bahia

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