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Internacional
Segunda - 14 de Março de 2005 às 19:20

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A Casa Branca e um influente senador democrata esnobaram o líder republicano norte-irlandês Gerry Adams durante sua visita aos Estados Unidos, na segunda-feira, em um sinal de forte descontentamento com a ligação do partido de Adams, o Sinn Fein, a essa guerrilha.

O senador Edward Kennedy, tradicional apoiador do Sinn Fein, cancelou de última hora um encontro com Adams e o avisou de que o partido dele nunca poderia ser democrático enquanto tiver o IRA "no seu pescoço". O Sinn Fein é aliado político do IRA (Exército Republicano Irlandês, em inglês), que declarou um cessar-fogo em 1997.

A Casa Branca, recuando de sua postura de receber políticos norte-irlandeses para promover a paz, disse a Adams que ele não seria bem vindo na celebração anual da festa de São Patrício, padroeiro da Irlanda, que acontece nesta semana. O governo citou a falta de progressos políticos e a atividade dos paramilitares como motivos.

Em outro sinal de que a paciência dos EUA com o Sinn Fein está se esgotando, o governo disse ao grupo que não quer que Adams arrecade verbas durante sua viagem.

O IRA é acusado do roubo de 50 milhões de dólares em um banco, em dezembro, e por ter dado abrigo aos assassinos do católico Robert McCartney, morto em um reduto do Sinn Fein, em Belfast, em janeiro.

Adams, que se disse frustrado com a falta de receptividade, criticou dissidentes republicanos pelo assassinado de McCartney e disse que o IRA passará naturalmente ao segundo plano.

"Ninguém quer que o IRA volte à guerra. O IRA deveria ir para os bastidores de forma digna. Os republicanos modernos querem que o grupo armado deixe o cenário", afirmou.

A Casa Branca, ao invés de convidar Adams e outros políticos norte-irlandeses para a festa de São Patrício, preferiu chamar as irmãs de McCartney para uma reunião com o presidente George W. Bush.

"Vimos recentemente que houve uma falta de progresso com as partes na direção de um acordo abrangente, e continuamos a compartilhar as opiniões dos primeiros-ministros [da República da Irlanda, Bertie] Ahern e [da Grã-Bretanha, Tony] Blair de que a continuação da violência, da atividade paramilitar e dos atos criminosos a ela associados permanecem sendo um obstáculo para uma paz duradoura", disse o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan.

Adams, que qualificou o incidente de Belfast como "horrível homicídio", disse não ver na fria recepção dos EUA uma mudança no compromisso norte-americano e uma possibilidade de que o processo de paz seja retardado.

"Isso não será resolvido na Casa Branca. Isso não será resolvido em qualquer outro lugar que não a ilha da Irlanda", disse ele ao Conselho de Relações Exteriores, uma entidade com sede em Nova York. "Perdemos a bola. Queremos retomá-la e assumir a iniciativa para aprofundar o processo de paz".

Richard Haas, presidente da entidade e ex-representante dos EUA na Irlanda do Norte, disse que Adams deve ficar atento ao tratamento que está recebendo. "Gerry Adams pode tomar isso como um alerta de que o relógio está correndo. A paciência está se esgotando. Acho que o sentimento é de que [o IRA] deve simplesmente se tornar um movimento político".

NOVA YORK (Reuters) - A Casa Branca e um influente senador democrata esnobaram o líder republicano norte-irlandês Gerry Adams durante sua visita aos Estados Unidos, na segunda-feira, em um sinal de forte descontentamento com a ligação do partido de Adams, o Sinn Fein, a essa guerrilha.

O senador Edward Kennedy, tradicional apoiador do Sinn Fein, cancelou de última hora um encontro com Adams e o avisou de que o partido dele nunca poderia ser democrático enquanto tiver o IRA "no seu pescoço". O Sinn Fein é aliado político do IRA (Exército Republicano Irlandês, em inglês), que declarou um cessar-fogo em 1997.

A Casa Branca, recuando de sua postura de receber políticos norte-irlandeses para promover a paz, disse a Adams que ele não seria bem vindo na celebração anual da festa de São Patrício, padroeiro da Irlanda, que acontece nesta semana. O governo citou a falta de progressos políticos e a atividade dos paramilitares como motivos.

Em outro sinal de que a paciência dos EUA com o Sinn Fein está se esgotando, o governo disse ao grupo que não quer que Adams arrecade verbas durante sua viagem.

O IRA é acusado do roubo de 50 milhões de dólares em um banco, em dezembro, e por ter dado abrigo aos assassinos do católico Robert McCartney, morto em um reduto do Sinn Fein, em Belfast, em janeiro.

Adams, que se disse frustrado com a falta de receptividade, criticou dissidentes republicanos pelo assassinado de McCartney e disse que o IRA passará naturalmente ao segundo plano.

"Ninguém quer que o IRA volte à guerra. O IRA deveria ir para os bastidores de forma digna. Os republicanos modernos querem que o grupo armado deixe o cenário", afirmou.

A Casa Branca, ao invés de convidar Adams e outros políticos norte-irlandeses para a festa de São Patrício, preferiu chamar as irmãs de McCartney para uma reunião com o presidente George W. Bush.

"Vimos recentemente que houve uma falta de progresso com as partes na direção de um acordo abrangente, e continuamos a compartilhar as opiniões dos primeiros-ministros [da República da Irlanda, Bertie] Ahern e [da Grã-Bretanha, Tony] Blair de que a continuação da violência, da atividade paramilitar e dos atos criminosos a ela associados permanecem sendo um obstáculo para uma paz duradoura", disse o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan.

Adams, que qualificou o incidente de Belfast como "horrível homicídio", disse não ver na fria recepção dos EUA uma mudança no compromisso norte-americano e uma possibilidade de que o processo de paz seja retardado.

"Isso não será resolvido na Casa Branca. Isso não será resolvido em qualquer outro lugar que não a ilha da Irlanda", disse ele ao Conselho de Relações Exteriores, uma entidade com sede em Nova York. "Perdemos a bola. Queremos retomá-la e assumir a iniciativa para aprofundar o processo de paz".

Richard Haas, presidente da entidade e ex-representante dos EUA na Irlanda do Norte, disse que Adams deve ficar atento ao tratamento que está recebendo. "Gerry Adams pode tomar isso como um alerta de que o relógio está correndo. A paciência está se esgotando. Acho que o sentimento é de que [o IRA] deve simplesmente se tornar um movimento político".




Fonte: Reuters

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