Repórter News - reporternews.com.br
Biotecnologia pode beneficiar produtor de mandioca
A solução para diversificar a produção de mandioca, cultivada por cerca de 500 milhões de pessoas no mundo, pode estar na integração da própria biodiversidade com as técnicas biotecnológicas. A constatação é do pesquisador da Embrapa, Luiz Joaquim Castelo Branco, ao estudar a agrobiodiversidade na região amazônica, utilizando as ferramentas da biotecnologia moderna.
A pesquisa desenvolvida por Castelo na região amazônica levou à identificação de variedades coloridas de mandioca com teores de carotenóides superiores e diversificados em relação aos encontrados nas variedades convencionais. Essas substâncias, entre as quais incluem-se o beta caroteno, o licopeno e a luteína, são muito importantes para a nutrição e saúde humanas.
Enquanto o beta caroteno atua como pró-vitamina A, já que, quando ingerida, se transforma em vitamina A no organismo; o licopeno age como antioxidante, colaborando para a prevenção do câncer de próstata; e a luteína como protetor da mácula ocular, que se localiza na parte central da retina, e é responsável pela nitidez das imagens.
A chave para diversificar a utilização e o mercado da mandioca e colaborar para aumentar as vantagens econômicas e sociais dos pequenos produtores, responsáveis por grande parte da produção desse alimento no Brasil, está na integração entre o conhecimento tradicional, adquirido a partir da análise da síndrome de domesticação da mandioca na Amazônia, e as modernas ferramentas biotecnológicas desenvolvidas pela ciência. Segundo Castelo, a genômica funcional tem permitido identificar novos genes diretamente da biodiversidade através de mutações espontânea no acúmulo desses compostos.
Na verdade, como explica o pesquisador, essa pesquisa começou de trás para frente. "Geralmente, na pesquisa agrícola, partimos de uma premissa do material genético para melhorar algumas características já conhecidas. No nosso caso, buscamos a diversidade das características para explorarmos a diversificação de utilização das raízes de mandioca coletadas na região amazônica. Eu parti da idéia de ter um alimento que combinasse macronutrientes (açúcares e carboidratos) com micronutrientes (vitaminas e proteínas) para analisar as raças locais encontradas na agrobiodiversidade da Amazônia", ressalta Castelo, lembrando que o resultado foi a descoberta de clones de mandioca com maior valor nutritivo, contendo açúcares, vitamina A, antioxidantes e proteínas.
A pesquisa, que conjuga tecnologias biológicas e o estudo da agrobiodiversidade, vem de encontro aos objetivos do Harvest Plus - um programa mundial que busca o desenvolvimento de novas variedades de cultivos enriquecidos com micronutrientes para combater a desnutrição em países em desenvolvimento - e, por isso, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia está desenvolvendo parceria com esse programa para levar os benefícios dessa pesquisa a outros países, principalmente da África.
De acordo com o pesquisador, "os resultados alcançados até o momento permitiram mostrar como o estudo da biodiversidade pode promover inovações, levando a descobertas inéditas, como foi o caso do enriquecimento protéico das raízes de mandioca, além de oferecer exemplos de agregação de valores diretamente da biodiversidade".
A força da mandioca
A mandioca é uma das principais fontes de alimentos energéticos, especialmente nos países em desenvolvimento, onde é produzida em pequenas áreas com baixo nível tecnológico. Mais de 80 países cultivam mandioca, e o Brasil é o segundo maior produtor, com cerca de 15% da produção mundial. Mas, apesar de sua enorme importância social, a mandioca ainda é um alimento pouco estudado. Quase toda a utilização de mandioca no mundo está centrada na produção de farinha e fécula.
O resultado desse estudo será apresentado na palestra que o pesquisador Castelo vai proferir na próxima quinta-feira, no seminário Biofortificação no Brasil: agricultura na prevenção de deficiência em micronutrientes, em Brasília, promovido pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, em parceria com o Harvest Plus.
A pesquisa desenvolvida por Castelo na região amazônica levou à identificação de variedades coloridas de mandioca com teores de carotenóides superiores e diversificados em relação aos encontrados nas variedades convencionais. Essas substâncias, entre as quais incluem-se o beta caroteno, o licopeno e a luteína, são muito importantes para a nutrição e saúde humanas.
Enquanto o beta caroteno atua como pró-vitamina A, já que, quando ingerida, se transforma em vitamina A no organismo; o licopeno age como antioxidante, colaborando para a prevenção do câncer de próstata; e a luteína como protetor da mácula ocular, que se localiza na parte central da retina, e é responsável pela nitidez das imagens.
A chave para diversificar a utilização e o mercado da mandioca e colaborar para aumentar as vantagens econômicas e sociais dos pequenos produtores, responsáveis por grande parte da produção desse alimento no Brasil, está na integração entre o conhecimento tradicional, adquirido a partir da análise da síndrome de domesticação da mandioca na Amazônia, e as modernas ferramentas biotecnológicas desenvolvidas pela ciência. Segundo Castelo, a genômica funcional tem permitido identificar novos genes diretamente da biodiversidade através de mutações espontânea no acúmulo desses compostos.
Na verdade, como explica o pesquisador, essa pesquisa começou de trás para frente. "Geralmente, na pesquisa agrícola, partimos de uma premissa do material genético para melhorar algumas características já conhecidas. No nosso caso, buscamos a diversidade das características para explorarmos a diversificação de utilização das raízes de mandioca coletadas na região amazônica. Eu parti da idéia de ter um alimento que combinasse macronutrientes (açúcares e carboidratos) com micronutrientes (vitaminas e proteínas) para analisar as raças locais encontradas na agrobiodiversidade da Amazônia", ressalta Castelo, lembrando que o resultado foi a descoberta de clones de mandioca com maior valor nutritivo, contendo açúcares, vitamina A, antioxidantes e proteínas.
A pesquisa, que conjuga tecnologias biológicas e o estudo da agrobiodiversidade, vem de encontro aos objetivos do Harvest Plus - um programa mundial que busca o desenvolvimento de novas variedades de cultivos enriquecidos com micronutrientes para combater a desnutrição em países em desenvolvimento - e, por isso, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia está desenvolvendo parceria com esse programa para levar os benefícios dessa pesquisa a outros países, principalmente da África.
De acordo com o pesquisador, "os resultados alcançados até o momento permitiram mostrar como o estudo da biodiversidade pode promover inovações, levando a descobertas inéditas, como foi o caso do enriquecimento protéico das raízes de mandioca, além de oferecer exemplos de agregação de valores diretamente da biodiversidade".
A força da mandioca
A mandioca é uma das principais fontes de alimentos energéticos, especialmente nos países em desenvolvimento, onde é produzida em pequenas áreas com baixo nível tecnológico. Mais de 80 países cultivam mandioca, e o Brasil é o segundo maior produtor, com cerca de 15% da produção mundial. Mas, apesar de sua enorme importância social, a mandioca ainda é um alimento pouco estudado. Quase toda a utilização de mandioca no mundo está centrada na produção de farinha e fécula.
O resultado desse estudo será apresentado na palestra que o pesquisador Castelo vai proferir na próxima quinta-feira, no seminário Biofortificação no Brasil: agricultura na prevenção de deficiência em micronutrientes, em Brasília, promovido pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, em parceria com o Harvest Plus.
Fonte:
Terra
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/353009/visualizar/
Comentários