As versões na edição especial são, na verdade, complementações na linha: 10 anos SV Attack 4X2 (R$ 95.990), 10 anos SV Attack 4X4 (R$ 104.190) e 10 anos SL AT 4X4 (R$ 124.990). Todas as versões são equipadas com motor turbodiesel 2.5 16V, de 163 cavalos e 41,09 kgfm de torque, no caso da 4X2, ou 190 cavalos e 45,8 kgfm, nas 4X4.
As duas SV vêm de série com direção hidráulica com ajuste de altura, ar-condicionado, rodas de liga leve aro 16’’ com novo desenho, faróis de neblina, computador de bordo, rádio MP3, SD Card, entrada auxiliar, chave presencial, alarme com telecomando, freios ABS e EBD. Já a SL traz ainda controle de estabilidade (VDC), ar-condicionado de duas zonas, conector para USB, 6 alto-falantes, câmera traseira com visualização no console central, rodas de liga leve aro 18 com novo desenho, acabamento interno cromado e piloto automático (controle de velocidade).
Visual mais simpático
Não que se percebam rapidamente as mudanças visuais da Frontier “10 anos”, mas, ao olhar com mais atenção, nota-se as lanternas com máscara negra, as rodas diferenciadas, a cor “titanium” no centro do para-choque, frisos na carroceria e a logomarca “10 anos”.
Frontier superou subida íngrime durante teste
(Foto: Divulgação)
Mas é no interior da picape que as mudanças estão nítidas, com um acabamento bem melhor em relação às versões “normais”. Somente a SL tem detalhes cromados e ar-condicionado de duas zonas, mas todas vêm com novos desenhos da direção, do painel de instrumentos e do console central. A picape ganhou mais “classe” no acabamento, mas ainda fica atrás das principais concorrentes. Pode-se dizer que ela supera a Toyota Hilux, empata com a Amarok e perde de Ranger e S10.
Barro até o teto
O G1 avaliou a convite da Nissan as duas opções com tração nas quatro rodas, sendo a SV com câmbio manual e a SL automática. O trecho foi pequeno, mas em um circuito feito especificamente para “brincadeiras” off-road em um hotel fazenda em Vinhedo, no interior de São Paulo. O objetivo era testar os novos equipamentos de segurança, assim como o comportamento da tração 4X4, por isso, não era qualquer carro que superava as irregularidades.
A primeira versão testada foi a SV, que não tem o sistema eletrônico de controle de estabilidade (VDC). Diversos obstáculos passaram pelo caminho da Frontier, entre eles, subidas extremamente íngremes, troncos de árvores (que forçam os pneus a perder contato com o solo), poças fundas de água com bastante lama, pedregulhos etc.
Por causa das pedras, a picape SV dançou um pouco, o que foi imperceptível na versão SL, mas nada que prejudicasse a condução. O mais legal desta versão, inclusive, é o câmbio manual que garante uma presença maior do motorista nas, digamos, tomadas de decisão.
Novo sistema de estabilidade na Frontier aumenta
a segurança no off-road (Foto: Divulgação)
A tração 4X4 aguentou sozinha, sem o sistema de estabilidade, todos os pontos críticos. Com a 4X4 reduzida ligada (as mudanças na tração são feitas por um botão), naturalmente, na subida extrema foi preciso uma aceleração maior, mas nada sofrível. Já no trecho de inclinação, a picape se deparou com uma erosão profunda na saída (os chamados “facões”). Para sair da armadilha, foi preciso manobrar com a ajuda da marcha à ré para o carro voltar a ter tração.
A bordo da SL, que tem um sistema eletrônico bem complexo para “pegar a picape no colo”, o passeio off-road foi tranquilo e não reservou surpresas. Esse sistema VDC, engloba diversos equipamentos, como o TCS (ele impede que as rodas girem em falso durante arrancadas), ABLS (aplica o freio e manda tração para a roda que não está no buraco) e ESC (impede que o motorista perca o controle do carro, ele é composto por um sensor em cada roda, um no ponto central do veículo e outro na direção e freias as rodas certas no momento certo). Em outras palavras, a Frontier não atola e não perde a estabilidade.
Conclusão
O pacote especial torna a Frontier mais interessante, mas não que isso tire a necessidade de uma renovação de verdade, já que concorrentes como Amarok, S10 e Ranger têm seus principais atrativos nas novas plataformas, bem mais modernas. Mesmo assim, é uma ótima picape para quem brinca no off-road ou usa o veículo para trabalhar em zonas rurais. Ela é forte e tem bom desempenho no asfalto, o que reflete hoje em 11% de participação nas vendas de picapes no país.
Previsão para renovação, por enquanto, não há, mas 2014 seria uma boa data para a Nissan, quando terá os benefícios do novo regime automotivo com a abertura da fábrica no Rio de Janeiro. Um ano, aliás, que indica ser mais importante para a montadora do que novembro de 2002, quando as primeiras Frontier saíram da fábrica no Paraná. Tanto é que a Nissan quer ser a marca asiática mais vendida no Brasil e pretende consolidar o investimento com a chegada da marca de luxo Infiniti, confirmada no último sábado (24).
Interior da Frontier ganhou novo desenho na edição "10 Anos" (Foto: Divulgação)
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