Trabalhador é preso por engano

Onze de março. A data ficará para sempre na memória de Wandercleison Pita de Oliveira, 25. Após 42 dias preso por engano na Cadeia Pública do Carumbé, o homem sai de lá em tempo de comemorar junto com o filho Wesley Gabriel de Andrade Oliveira o primeiro aniversário. Ele foi acusado de assaltar uma loja em Tapurah, Norte de Mato Grosso. No entanto, conforme o advogado dele, Edésio do Carmo, o jovem não tem passagem pela polícia e nem mesmo nunca esteve naquela cidade.

A defesa alega que o vizinho do acusado, Luciano Borges, o "Merengue", teria usado o nome de Wandercleison no momento em que foi pego em Tapurah. Assim, a acusação recaiu sobre o trabalhador em vez do ladrão. Merengue foi preso em flagrante em Tapurah e logo depois transferido para Lucas do Rio Verde, de onde fugiu da cadeia. O nome registrado pela polícia era o de Wandercleison, que passou a ser procurado.

Em Cuiabá, o jovem trabalhava há três anos fazendo entrega de eletrodomésticos para a Gazin. Casado durante mesmo período com Luciana Teixeira de Andrade Oliveira, 20, teve o filho Wesley, 1. O advogado conta que a vida dele corria tranquila até que um dia se desentendeu com um outro vizinho. A briga terminou na Central Metropolitana, quando os dois resolveram o impasse sem lavrar o termo da ocorrência. O problema surgiu quando Wandercleison se identificou. Nos registros da polícia, havia um mandado de prisão aberto contra ele, expedido em abril de 2001 pelo juízo de Lucas do Rio Verde. O jovem, sem entender nada, foi preso e transferido para o Carumbé.

De acordo com Edésio, Merengue está preso no presídio da Mata Grande, em Rondonópolis, onde cumpre pena por outros assaltos. Ele teria fugido em setembro de 2001, junto com outros presos. Wandercleison suspeitou do vizinho porque na época soube da prisão de Merengue. E, quando foi detido equivocadamente, percebeu que o fato presente tinha relação com a história do vizinho.