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Internacional
Sábado - 12 de Março de 2005 às 18:20
Por: Edmund Blair

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O Egito libertou hoje sob fiança Ayman Nour, líder oposicionista detido desde o final de janeiro e cuja prisão fez crescer as preocupações dos Estados Unidos. Uma multidão saldou Nour quando este deixava um centro de detenção no Cairo, depois que colaboradores pagaram sua fiança de cerca de US$ 1,7 mil, segundo autoridades.

Nour, que é líder do partido oposicionista Ghad (Amanhã), ficou detido por seis semanas durante investigações sobre supostas falsificações de documentos feitas por seu partido quando este pleiteava o reconhecimento oficial no ano passado.

O partido Ghad atribuiu a acusação a manipulações com motivação política. O promotor público Maher Abdel-Wahed já havia ordenado que Nour e cinco outras pessoas fossem libertadas sob o pagamento da fiança, mas disse que as investigações continuariam.

Os Estados Unidos disseram ter "preocupações muito fortes" sobre o caso Nour, mas o líder oposicionista afirmou não querer nenhuma intervenção estrangeira em seu benefício. Ele anunciou que pretende concorrer à presidência do país, que tem planos de autorizar eleições com múltiplos candidatos.

"Ayman está solto agora e ele está no meio de uma enorme multidão", disse Wael Nawara, que estava em meio à cena. Ele disse que Nour estava sendo levado no alto de um caminhão pick-up a uma celebração para comemorar sua soltura.

Oficiais do partido disseram que Nour negou-se a pagar a própria fiança, mas que seus colaboradores juntaram o dinheiro para pagá-la. Ele foi transferido no sábado de uma prisão para o centro de detenção do Cairo, de onde foi solto.

Atividade política

Uma fonte da Justiça disse que Nour, que é membro do parlamento, poderia continuar suas atividades políticas, uma vez que não havia uma decisão judicial final contra ele. Sua imunidade parlamentar foi quebrada para a investigação, mas isso não afeta sua associação ao parlamento", disse a fonte.

Um aliado próximo de Nour, Ayman Barakat, deixou a prisão na sexta-feira depois de mais de cinco semanas detido para interrogatório sobre sua conexão com as acusações feitas contra Nour. O líder oposicionista tem sido uma das vozes maus ativas a favor de mudanças constitucionais e elogiou a proposta do presidente Hosni Mubarak no último mês para alterar a constituição e, assim, permitir que haja eleições com mais de um candidato em substituição ao atual modelo, de candidatura única.

Ele anunciou sua intenção de concorrer à presidência na primeira edição do jornal do partido, publicada nesta semana.

A proposta de alterar a constituição está em discussão no parlamento.

Outros partidos de oposição também comemoraram a proposta de Mubarak, mas ainda há receios de que o parlamento, dominado pelo governista Partido Democrático Nacional, colocará tantas condições prévias a possíveis candidatos que qualquer corrida presidencial perderá o sentido.





Fonte: Reuters

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