Premier indiano reativará linha ônibus entre regiões da Caxemira

O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, dará saída no próximo dia 7 de abril ao primeiro ônibus que partirá da cidade de Srinagar para ligar as áreas indiana e paquistanesa da Caxemira, informaram fontes oficiais em Nova Délhi neste sábado. Os ministros de Assuntos Exteriores da Índia e do Paquistão anunciaram em Islamabad o estabelecimento dessa linha de ônibus em 16 de fevereiro passado. Durante as últimas semanas foram feitos trabalhos para reparar a estrada e as pontes. Além disso, foram retiradas as minas da área, que foi zona de guerra durante décadas.

O acordo permitirá o reencontro de famílias separadas há quase seis décadas e também representa um avanço considerável nas medidas de confiança entre as duas potências nucleares inimigas do sul da Ásia.

A linha de ônibus vai ligar as cidades de Srinagar, a principal da parte indiana da Caxemira, e Muzafarabad, a mais importante do lado paquistanês, separadas por 180 quilômetros de estrada de montanha. Para viajar, os passageiros terão que obter uma documentação especial, mas não precisarão de passaporte.

Nos dois lados, tanto na parte sob controle da Índia como na administrada pelo Paquistão, os caxemirianos saíram às ruas no mês passado para soltar fogos de artifício e comemorar o anúncio da reabertura da linha, suspensa há 58 anos.

O ônibus entre Srinagar e Muzafarabad parou de operar quando aconteceu a primeira das três guerras entre a Índia e o Paquistão, em 1947, imediatamente a independência indiana do Reino Unido.

A passagem entre as duas regiões da Caxemira ficou aberta, com limitações, até 1956, quando foi fechada definitivamente e, desde então, a estrada que ligava as duas partes nesta região do Himalaia vinha se deteriorando.

A disputa pelo território da Caxemira, motivo de duas das três guerras entre os dois países, é o principal problema para a normalização das relações entre os dois Estados.

Desde o início do processo de paz, Nova Délhi e Islamabad aproximaram posturas e estão chegando a acordos para o reforço da confiança mútua, mas avançaram pouco nas questões centrais de suas disputas, especialmente na questão da Caxemira, do controle de armas nucleares e da corrida armamentista.