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Internacional
Sábado - 12 de Março de 2005 às 09:37

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A transferência do controle às forças de segurança da Autoridade Nacional Palestina (ANP) na cidade cisjordaniana de Jericó pode acontecer na próxima semana, segundo fontes do governo israelense citadas pela rádio pública.

As negociações para concretizar a transferência começaram há duas semanas e até o momento fracassaram por divergências entre os representantes do exército israelense, liderados pelo general Gadi Eisencot e pelo coronel Tal Russo, e pelo comandante das forças palestinas de segurança na Cisjordânia, geral Haj Ismail.

As fontes israelenses citadas pela emissora, que não as identificou, indicaram que as divergências entre as partes serão dirimidas no começo desta próxima semana, e previam que além de Jericó, também aconteceria a retirada de Tulkarem.

As divergências no caso da bíblica e turística Jericó, situada no oásis do mesmo nome às margens do Mar Morto, se centram na superfície que transferirá o exército israelense à ANP, e em duas barreiras de controle que exige conservar.

O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, anunciou em 8 de fevereiro na Cúpula de Sharm el-Sheikh com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, a transferência do controle em cinco das cidades palestinas autônomas da Cisjordânia; Jericó, Tulkarem, Kalkilia, Belém e Ramala, esta última sede do governo.

Até o momento, as negociações foram centradas nas duas primeiras, mas as divergências no momento de concretizar aquele anúncio, impediram a transferência aos órgãos palestinos de segurança.

No caso de Jericó, Israel aceitou eliminar uma barreira militar de controle na rota que comunica essa localidade com a de Ramala, capital administrativa e provisória dos palestinos.

Por outro lado, exige manter o controle da barreira ao sul da cidade, que leva a Jerusalém, e outra ao norte de Jericó, por onde transcorre a estrada 90, que atravessa o vale do rio Jordão e chega até a Galiléia e à cidade de Tiberíades.

Abbas e o general Ismail acusam Israel de não cumprir promessas sobre uma retirada de todo o distrito de Jericó, incluindo a aldeia de Uja, ao norte da localidade e à beira da estrada 90, enquanto os israelenses estão dispostos a ceder o controle dentro do perímetro urbano, com mais ou menos 20.000 habitantes.

As cidades autônomas, que também incluem a mais populosa delas, Nablus, e a de Jenin, no norte da Cisjordânia, estão sitiadas há mais de dois anos, por causa do levante palestino, a "Intifada", o que significa que o exército israelense controla todos os acessos a elas e opera à vontade, entre outros motivos, para capturar supostos militantes da resistência.

Pela primeira vez desde a Cúpula de Sharm el-Sheikh, amanhã, domingo, ao começar a semana de trabalho em Israel, se reunirá uma comissão mista que vai determinar a categoria dos prisioneiros palestinos que serão libertados no futuro, uma tarefa que antes era reservada exclusivamente para as autoridades israelenses.

Por causa dessa Cúpula e como "um gesto de boa vontade" de Sharon para com o presidente Abbas, Israel pôs em liberdade 500 prisioneiros de um total de mais de 8.000 presos. Outros 400 serão libertados em maio.

O ministro de Infra-estruturas israelense, Benjamin Ben Eliezer, declarou hoje que quaisquer que sejam os acordos a que cheguem seus membros da comissão, Israel não se desviará da norma de não colocar em liberdade prisioneiros palestinos que foram condenados por delitos de sangue.





Fonte: EFE

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