Repórter News - reporternews.com.br
Acusado da morte de freira mudará depoimento
Altamira - O capataz Amair Feijoli da Cunha, o Tato, acusado de intermediar a contratação dos executores da missionária Dorothy Stang, morta no dia 12 de fevereiro em Anapu, vai assumir sozinho na Justiça a autoria do crime, informaram policiais civis que atuam no caso. A nova versão preparada pela defesa do preso inocenta o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, indiciado como mandante do assassinato.
O advogado Oscar Damasceno Filho pretende que Tato apresente a nova versão no próximo dia 15, durante o primeiro interrogatório feito pelo juiz de Pacajá, Lucas do Carmo de Jesus, que responde por Anapu. O interrogatório será realizado no Presídio de Americano, onde estão presos três dos quatro acusados do crime.
No depoimento prestado à Polícia Civil em Altamira no dia 19 do mês passado, Tato negou participação no crime. Ele disse que conhecia Bida, mas que o fazendeiro não estava envolvido na morte da missionária. As polícias Civil e Federal, no entanto, enviaram ao Ministério Público Estadual inquéritos separados pedindo o indiciamento de Tato, Bida e dos dois executores do crime - Rayfran Sales, o Fogoió, e Clodoaldo Batista, o Eduardo - por homicídio duplamente qualificado.
A Justiça aceitou nesta semana o pedido de indiciamento dos quatro encaminhado pelo Ministério Público com base nos inquéritos das polícias.
R$ 50 mil
Delegados e promotores concluíram que Tato prometeu R$ 50 mil a Rayfran e Clodoaldo, a mando de Bida, para matar Dorothy Stang. Bida e Tato teriam interesse na posse de uma área onde a missionária implantava um Plano de Desenvolvimento Sustentável (PDS), num local a 40 quilômetros do centro de Anapu. Bida continua foragido. Já Tato, Rayfran e Clodoaldo estão no Presídio de Americano, a 70 quilômetros de Belém.
Não é a primeira vez que Tato tenta livrar o fazendeiro de um julgamento. Quando estava preso na cadeia de Altamira, no final do mês passado, o capataz pediu a um detento que passasse aos dois executores confessos, também presos naquela época no local, pedido para que eles assumissem sozinhos a autoria do crime. Nessa ocasião, Tato prometeu R$ 10 mil para cada um dos matadores.
O promotor Lauro Freitas Júnior, que pediu o indiciamento dos quatro suspeitos, afirmou que a nova versão de Tato não tem fundamento. Na avaliação de Freitas Júnior, o que as polícias e o Ministério Público querem saber agora é se Bida atuou sozinho como mentor intelectual do crime ou se houve um consórcio de madeireiros e grileiros de terras para eliminar Dorothy Stang.
As polícias Civil e Federal investigam, em autos complementares, a participação de outros fazendeiros no crime. O prefeito de Anapu, Luiz dos Reis Carvalho (PTB) e o fazendeiro Délio Fernandes foram alguns dos que já prestaram depoimento à Polícia Civil após a conclusão do inquérito. O delegado Waldir Freire avalia, no entanto, que só poderá ser possível provar a existência do consórcio com a prisão de Bida. Freire ironizou a nova versão de Tato e sugeriu que o objetivo dela é "livrar" Bida do processo. "Ele (Tato) é um mentiroso. Se quisesse contar alguma coisa teria dito durante o inquérito", disse o delegado.
O advogado Oscar Damasceno Filho pretende que Tato apresente a nova versão no próximo dia 15, durante o primeiro interrogatório feito pelo juiz de Pacajá, Lucas do Carmo de Jesus, que responde por Anapu. O interrogatório será realizado no Presídio de Americano, onde estão presos três dos quatro acusados do crime.
No depoimento prestado à Polícia Civil em Altamira no dia 19 do mês passado, Tato negou participação no crime. Ele disse que conhecia Bida, mas que o fazendeiro não estava envolvido na morte da missionária. As polícias Civil e Federal, no entanto, enviaram ao Ministério Público Estadual inquéritos separados pedindo o indiciamento de Tato, Bida e dos dois executores do crime - Rayfran Sales, o Fogoió, e Clodoaldo Batista, o Eduardo - por homicídio duplamente qualificado.
A Justiça aceitou nesta semana o pedido de indiciamento dos quatro encaminhado pelo Ministério Público com base nos inquéritos das polícias.
R$ 50 mil
Delegados e promotores concluíram que Tato prometeu R$ 50 mil a Rayfran e Clodoaldo, a mando de Bida, para matar Dorothy Stang. Bida e Tato teriam interesse na posse de uma área onde a missionária implantava um Plano de Desenvolvimento Sustentável (PDS), num local a 40 quilômetros do centro de Anapu. Bida continua foragido. Já Tato, Rayfran e Clodoaldo estão no Presídio de Americano, a 70 quilômetros de Belém.
Não é a primeira vez que Tato tenta livrar o fazendeiro de um julgamento. Quando estava preso na cadeia de Altamira, no final do mês passado, o capataz pediu a um detento que passasse aos dois executores confessos, também presos naquela época no local, pedido para que eles assumissem sozinhos a autoria do crime. Nessa ocasião, Tato prometeu R$ 10 mil para cada um dos matadores.
O promotor Lauro Freitas Júnior, que pediu o indiciamento dos quatro suspeitos, afirmou que a nova versão de Tato não tem fundamento. Na avaliação de Freitas Júnior, o que as polícias e o Ministério Público querem saber agora é se Bida atuou sozinho como mentor intelectual do crime ou se houve um consórcio de madeireiros e grileiros de terras para eliminar Dorothy Stang.
As polícias Civil e Federal investigam, em autos complementares, a participação de outros fazendeiros no crime. O prefeito de Anapu, Luiz dos Reis Carvalho (PTB) e o fazendeiro Délio Fernandes foram alguns dos que já prestaram depoimento à Polícia Civil após a conclusão do inquérito. O delegado Waldir Freire avalia, no entanto, que só poderá ser possível provar a existência do consórcio com a prisão de Bida. Freire ironizou a nova versão de Tato e sugeriu que o objetivo dela é "livrar" Bida do processo. "Ele (Tato) é um mentiroso. Se quisesse contar alguma coisa teria dito durante o inquérito", disse o delegado.
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/353368/visualizar/
Comentários