Repórter News - reporternews.com.br
Mortalidade infantil é o dobro entre índios
A taxa de mortalidade infantil de indígenas é o dobro da taxa das demais crianças brasileiras. Dados consolidados de 2004 mostram que a taxa de óbitos de índios atingiu 50,4 para cada mil nascidos vivos. Entre as crianças não-indígenas, o dado mais recente, de 2003, é de 24 mortos para cada mil nascidos.
Em Mato Grosso do Sul, onde só este ano já morreram oito crianças guaranis-caiovás, a mortalidade entre os índios foi de 33,2 a cada mil, enquanto entre os não-índios é de 20,1. Entre os índios xavantes, que têm boa parte do seu território em Mato Grosso, o índice de mortalidade - de 113,9, no ano passado - é mais de cinco vezes maior que o de não-índios.
Terras escassas, de difícil acesso, e falta de alimentos estão entre as razões que explicam o motivo de tantas mortes entre os indígenas. As doenças que mais matam nas tribos são problemas respiratórios, como a pneumonia, e diarréias.
"A maior parte das mortes não são causadas pela desnutrição, mas certamente são agravadas por elas. Daí a nossa preocupação", disse o diretor de saúde indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), responsável pelo atendimento aos indígenas.
As doenças que matam as crianças índias também atingem as não-índias. Mas, com mais acesso à alimentação e a tratamento, a mortalidade entre as brancas não é tão grave, assim como a desnutrição.
NÚMEROS
Em Mato Grosso do Sul, em 2004, morreram 291 crianças indígenas. Dessas, 17 diretamente pela falta de comida. Neste ano, afirma Padilha, das 8 que já morreram, 6 estavam desnutridas, mas nenhuma delas teria morrido diretamente pela desnutrição, mas por outras doenças, agravadas pela falta de alimentação.
Dos 34 Distritos Sanitários Indígenas, em 13 a taxa de mortalidade infantil aumentou entre 2003 e 2004. O mesmo número de áreas teve crescimento do índice entre 2002 e 2003.
A variação nos índices é alta de um ano para outro. Em Parintins, por exemplo, a taxa de mortalidade de 2004 foi de 168,3 por mil, enquanto em 2003 foi de apenas 19,6. "Isso é comum em comunidades muito pequenas. Duas ou três mortes a mais podem dobrar as taxas. Por isso, damos também o número de mortes. A taxa nacional, que compreende uma população de 435 mil índios, é mais significativa", justifica Padilha. No ano passado, a Funasa registrou a morte de 370 crianças indígenas, em uma população de 8.326.
Os dados de desnutrição nas regiões indígenas ainda são, em grande parte, desconhecidos. Com exceção da região de Mato Grosso, onde a Funasa já tem um sistema de vigilância nutricional e uma casa de recuperação nutricional, nos demais distritos o trabalho está começando este ano.
Outros nove distritos foram selecionados para o levantamento nutricional. "Foram selecionados principalmente por termos indícios de que pode haver problemas nessas áreas", disse o diretor. Entre elas, estão as reservas ianomâmi e xavante, as áreas indígenas do Amapá, Bahia, Interior da região sul, Minas, Pernambuco, Manaus e Alto Rio Solimões.
Em Mato Grosso do Sul, onde só este ano já morreram oito crianças guaranis-caiovás, a mortalidade entre os índios foi de 33,2 a cada mil, enquanto entre os não-índios é de 20,1. Entre os índios xavantes, que têm boa parte do seu território em Mato Grosso, o índice de mortalidade - de 113,9, no ano passado - é mais de cinco vezes maior que o de não-índios.
Terras escassas, de difícil acesso, e falta de alimentos estão entre as razões que explicam o motivo de tantas mortes entre os indígenas. As doenças que mais matam nas tribos são problemas respiratórios, como a pneumonia, e diarréias.
"A maior parte das mortes não são causadas pela desnutrição, mas certamente são agravadas por elas. Daí a nossa preocupação", disse o diretor de saúde indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), responsável pelo atendimento aos indígenas.
As doenças que matam as crianças índias também atingem as não-índias. Mas, com mais acesso à alimentação e a tratamento, a mortalidade entre as brancas não é tão grave, assim como a desnutrição.
NÚMEROS
Em Mato Grosso do Sul, em 2004, morreram 291 crianças indígenas. Dessas, 17 diretamente pela falta de comida. Neste ano, afirma Padilha, das 8 que já morreram, 6 estavam desnutridas, mas nenhuma delas teria morrido diretamente pela desnutrição, mas por outras doenças, agravadas pela falta de alimentação.
Dos 34 Distritos Sanitários Indígenas, em 13 a taxa de mortalidade infantil aumentou entre 2003 e 2004. O mesmo número de áreas teve crescimento do índice entre 2002 e 2003.
A variação nos índices é alta de um ano para outro. Em Parintins, por exemplo, a taxa de mortalidade de 2004 foi de 168,3 por mil, enquanto em 2003 foi de apenas 19,6. "Isso é comum em comunidades muito pequenas. Duas ou três mortes a mais podem dobrar as taxas. Por isso, damos também o número de mortes. A taxa nacional, que compreende uma população de 435 mil índios, é mais significativa", justifica Padilha. No ano passado, a Funasa registrou a morte de 370 crianças indígenas, em uma população de 8.326.
Os dados de desnutrição nas regiões indígenas ainda são, em grande parte, desconhecidos. Com exceção da região de Mato Grosso, onde a Funasa já tem um sistema de vigilância nutricional e uma casa de recuperação nutricional, nos demais distritos o trabalho está começando este ano.
Outros nove distritos foram selecionados para o levantamento nutricional. "Foram selecionados principalmente por termos indícios de que pode haver problemas nessas áreas", disse o diretor. Entre elas, estão as reservas ianomâmi e xavante, as áreas indígenas do Amapá, Bahia, Interior da região sul, Minas, Pernambuco, Manaus e Alto Rio Solimões.
Fonte:
O Estado de S. Paulo
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/353435/visualizar/
Comentários