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Brasil começa em três meses teste de células-tronco com 1.200 voluntários
Mil e duzentas pessoas serão selecionadas nos próximos meses para o maior estudo clínico já feito no país para teste de terapias com células-tronco. O projeto é coordenado pelo Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, centro de referência no tratamento de doenças do coração. Centenas de pessoas já se inscreveram. Os primeiros implantes começam em três meses. Os resultados, que serão analisados a partir do fim do ano, podem resultar em reconhecimento internacional do uso deste tipo de terapia.
O publicitário João Romano teve cinco infartos, toma 21 medicamentos para se manter vivo e hoje tem a saúde tão debilitada que não pode ser submetido a um transplante de coração. Ele acaba de se inscrever como voluntário.
- Como a árvore representa para o mundo o oxigênio, a célula-tronco para mim, para o meu caso, representaria a vida - declara.
Cientistas e médicos vão testar o implante de células-tronco no combate a algumas doenças: a cardiopatia dilatada, que é o aumento do volume do coração; a doença de Chagas; o infarto agudo; e casos crônicos de doenças cardíacas.
Para obter resultados precisos, o estudo dividiu os pacientes em dois grandes grupos. Metade vai receber as células-tronco. A outra metade não, terá tratamento convencional.
Só alguns poucos coordenadores terão acesso à lista dos pacientes que receberam o implante de células. É uma forma de eliminar distorções, evitando o chamado efeito placebo. Caso o paciente saiba que recebeu as células-tronco, pode apresentar sinais de melhora por mera sugestão psicológica.
- O placebo é um efeito extremamente poderoso. Ele é psicológico, mas há evidências de alterações de neurotransmissores só da pessoa saber que está sendo tratada - explica o cardiologista Bernardo Rangel Tura.
O médico só vai saber se o paciente recebeu a célula-tronco em caso de urgência.
- O médico também pode achar que, como o paciente recebeu célula-tronco, a pressão melhorou por causa disso. E aí já interpreta isso com um cuidado melhor, examina melhor o paciente... Então isso também pode alterar o resultado do estudo - analisa o cardiologista.
Daqui a três meses, devem ser feitos os primeiros implantes nos voluntários selecionados. As células-tronco que vão ser usadas na pesquisa serão retiradas dos próprios pacientes. Elas se concentram nas costelas, no externo - o osso do peito - e nos ossos da bacia.
As células são retiradas com agulhas. Depois, implantadas no coração, com o uso de um cateter. O procedimento será feito com todos os pacientes.
Mas o cateter só vai implantar as células na metade dos voluntários, escolhida através de um sorteio. As células extraídas da outra metade vão ser congeladas para estudo.
Até o fim do ano, os pesquisadores vão comparar o estado de saúde de quem recebeu as células com o grupo que será tratado de forma convencional. Se os resultados forem positivos, o teste pode virar tratamento reconhecido pela ciência. E não só no Brasil, mas no mundo inteiro.
- Se essa avaliação com a metade dos pacientes já demonstrar que o tratamento é eficaz, nós então já podemos considerar o estudo um sucesso e começar a investir. Passar a tratar isso não mais como um estudo, mas como realmente uma terapia que pode ser colocada à disposição da população - diz o coordenador do estudo, Antonio Carlos Campos de Carvalho.
João, o voluntário da pesquisa, se diz um náufrago em um mar de incertezas. Mas se agarra a essa nova esperança de viver.
- Imagine se você estivesse em alto-mar e tivesse só uma tábua. Você pode ter a possibilidade do navio te achar ou não. Eu vou me agarrar à tábua - comenta João Romano.
O publicitário João Romano teve cinco infartos, toma 21 medicamentos para se manter vivo e hoje tem a saúde tão debilitada que não pode ser submetido a um transplante de coração. Ele acaba de se inscrever como voluntário.
- Como a árvore representa para o mundo o oxigênio, a célula-tronco para mim, para o meu caso, representaria a vida - declara.
Cientistas e médicos vão testar o implante de células-tronco no combate a algumas doenças: a cardiopatia dilatada, que é o aumento do volume do coração; a doença de Chagas; o infarto agudo; e casos crônicos de doenças cardíacas.
Para obter resultados precisos, o estudo dividiu os pacientes em dois grandes grupos. Metade vai receber as células-tronco. A outra metade não, terá tratamento convencional.
Só alguns poucos coordenadores terão acesso à lista dos pacientes que receberam o implante de células. É uma forma de eliminar distorções, evitando o chamado efeito placebo. Caso o paciente saiba que recebeu as células-tronco, pode apresentar sinais de melhora por mera sugestão psicológica.
- O placebo é um efeito extremamente poderoso. Ele é psicológico, mas há evidências de alterações de neurotransmissores só da pessoa saber que está sendo tratada - explica o cardiologista Bernardo Rangel Tura.
O médico só vai saber se o paciente recebeu a célula-tronco em caso de urgência.
- O médico também pode achar que, como o paciente recebeu célula-tronco, a pressão melhorou por causa disso. E aí já interpreta isso com um cuidado melhor, examina melhor o paciente... Então isso também pode alterar o resultado do estudo - analisa o cardiologista.
Daqui a três meses, devem ser feitos os primeiros implantes nos voluntários selecionados. As células-tronco que vão ser usadas na pesquisa serão retiradas dos próprios pacientes. Elas se concentram nas costelas, no externo - o osso do peito - e nos ossos da bacia.
As células são retiradas com agulhas. Depois, implantadas no coração, com o uso de um cateter. O procedimento será feito com todos os pacientes.
Mas o cateter só vai implantar as células na metade dos voluntários, escolhida através de um sorteio. As células extraídas da outra metade vão ser congeladas para estudo.
Até o fim do ano, os pesquisadores vão comparar o estado de saúde de quem recebeu as células com o grupo que será tratado de forma convencional. Se os resultados forem positivos, o teste pode virar tratamento reconhecido pela ciência. E não só no Brasil, mas no mundo inteiro.
- Se essa avaliação com a metade dos pacientes já demonstrar que o tratamento é eficaz, nós então já podemos considerar o estudo um sucesso e começar a investir. Passar a tratar isso não mais como um estudo, mas como realmente uma terapia que pode ser colocada à disposição da população - diz o coordenador do estudo, Antonio Carlos Campos de Carvalho.
João, o voluntário da pesquisa, se diz um náufrago em um mar de incertezas. Mas se agarra a essa nova esperança de viver.
- Imagine se você estivesse em alto-mar e tivesse só uma tábua. Você pode ter a possibilidade do navio te achar ou não. Eu vou me agarrar à tábua - comenta João Romano.
Fonte:
GLOBO NEWS
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/353511/visualizar/
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