"Tem mais policial que gente aqui", diz prefeito de São Felix sobre desintrusão em reserva

O prefeito de São Felix do Araguaia, Filemon Limeiro (PSD), em um discurso aos produtores rurais de Suiá-Missú declarou que a população da região está sendo "massacrada" e sofrendo torutura psicológica com a presênça da Força Nacional nas redondezas.

"Tem mais policial do que gente aqui", disse, em tom provocatico. De acordo com o prefeito, a desintrusão é a consequência de uma "farsa" criada pela Funai, motivada pela pressão de organizações não governamentais estrangeiras.

O clima de tensão já está instalado na região desde que a população começou a ser notificada para sair das casas. De acordo com moradores, os índios, quando precisam passar pelo local que os produtores estão, só o fazem escoltados, temendo algum tipo de violência.

Na frente das casas estão estendidas faixas com pedidos de clemência, palavras de ordem e pedidos de justiça. Reclamações contra a Fundação Nacional do Índio também estão por toda a parte.

A desintrusão está marcada para o dia 6 de dezembro e autoridades políticas ligadas ao agronegócio e à região tentam, em uma luta contra o tempo, uma alternatíva política, uma vez que uma saída jurídica se mostra improvável.

O deputado federal Wellington Fagundes (PR) presidiu uma reunião com políticos e produtores na área nesta semana e adiantou que os próximos passos serão tirar um relatório do evento, apresentar à Presidência da Câmara e ao Plenário. O documento também será apresentado aos aliados políticos para aumentar a pressão sobre o governo federal. Segundo Fagundes, a intenção é garantir “a melhor saída para brancos e índios”.

Na ótica de Fagundes, só um decreto presidencial pode resolver a questão. “Essa terra indígena foi criada por decreto e um decreto pode resolver a questão”, avaliou ao deixar a área com destino a Rondonópolis. Para pressionar o governo, Fagundes tentará conseguir a maior quantidade de apoio possível.