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Sexta - 11 de Março de 2005 às 10:41

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Da Silva viveu um drama no último dia 27 de fevereiro, quando, em campo, teve um problema de pneumotórax espontâneo. Na semana passada, ainda no hospital, o volante descobriu que o seu problema era de nascença. Da Silva tinha uma bolha próxima ao pulmão, que poderia ter lhe tirado a vida.

"O médico disse que eu poderia ter tido o problema a qualquer hora. Não teve nada a ver com o futebol. O problema poderia ter acontecido quando eu estivesse dormindo. Já imaginou o drama que ia ser?", disse o volante rubro-negro.

Em Volta Redonda, o jogador teve de ser submetido a uma primeira cirurgia, para a retirada de ar da pleura. De acordo com os médicos, não fosse isso ele não conseguiria chegar vivo ao Rio, onde passou pela segunda cirurgia, que corrigiu o problema, retirando a bolha.

Em recuperação e descansando em Três Rios, a 90km do Rio, Da Silva tem compensado a distância dos gramados com o paparico da família. Em casa, os pais, Ivair e Lídia, e os três irmãos, Sidney, Genecir e Márcia, têm feito de tudo para cuidar do caçula da casa. A torcida rubro-negra também paparicou o seu xodó. Das arquibancadas, no clássico contra o Botafogo, domingo no Maracanã, os torcedores gritaram o nome do volante, mesmo ele não estando em campo. O carinho encheu Da Silva de orgulho.

"Um amigo tinha me contado, mas achei que fosse brincadeira. Só acreditei depois que outras pessoas me contaram", disse Da Silva.

Nesta sexta, o volante retorna ao Rio para fazer exames e retirar os pontos. De acordo com a programação do Flamengo, Da Silva se reapresenta na segunda-feira e já inicia um trabalho físico. Além disso, o jogador continuará fazendo a fisioterapia. Em casa, Da Silva tem utilizado um respirador individual quatro vezes por dia.

"Estou ansioso para iniciar logo a minha recuperação. Não consigo ver os jogos pela televisão", disse.

E para animar ainda mais o volante, o técnico Cuca disse que espera ansioso por sua volta. "Ainda bem que o meu treinador pensa assim", disse Da Silva.

No Flamengo, Da Silva é chamado de Dadá ou Muriçoca. Em casa, o apelido é mais simples: Bu. O volante não sabe como explicar, mas os pais dizem que, quando garoto, ele gostava de sair dando sustos na vizinhança.

"Aqui em Três Rios, o pessoal todo me chama de Bu. Ninguém me chama de Da Silva".

Apelidos à parte, em casa, Da Silva realmente não parava de falar. Em um dos casos, o volante relembrou o seu início de carreira no Fluminense, ao lado de Roger, Marco Brito e Roberto Brum.

"Teve um fato curioso no Fluminense. Disputei uma Copa São Paulo de juniores e não atuei no último jogo do time na competição porque havia sido expulso", relembrou o atleta, mostrando muito bom humor.

No ano passado, Da Silva era rotulado de violento. No entanto, a partir do segundo semestre, o jogador diminuiu o número de faltas e procurou aprimorar os passes. "No ano passado, eu conversei muito com o Andrade e com o Júnior para fazer menos faltas", disse Da Silva.

Em casa, sem muito o que fazer, Da Silva foi orientado pelos médicos a falar muito e caminhar pelas ruas de Três Rios. Além de bater-papo com a família, o volante tem utilizado outros recursos para passar o tempo. O jogador usa e abusa dos filmes em DVD e, principalmente, da Internet.





Fonte: Terra

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