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Polícia Brasil
Sexta - 11 de Março de 2005 às 07:56
Por: Patricia Neves

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O policial Evani Costa, da Delegacia de Repressão à Entorpecentes (DRE), foi preso em flagrante, na noite de quarta-feira (9), no momento em que recebia R$500 para não denunciar a suposta existência de uma boca-de-fumo, na avenida Ipiranga, em Cuiabá. Evani foi preso pela Corregedoria da Polícia Civil depois de pegar o dinheiro de Luiz Spindola, informante de Evani, que teria intermediado a negociação. Além de Evani, outros dois policiais da DRE também estão sendo investigados e serão indiciados pelo crime de concussão (extorsão praticada por funcionário público). O taxista Eduardo de Oliveira - que levou o informante até o local onde ele deveria pegar o dinheiro e, depois, até o local do flagrante, na avenida Mato Grosso - também foi preso.

Conforme o corregedor da PC, Paulo Rubens Vilela, essa não seria a primeira ação de extorsão dos três policiais. Ele explicou que eles teriam ido a essa residência na semana passada na tentativa de encontrar drogas. Sem sucesso, teriam passado então a pressionar a dona da casa para que lhes pagassem a quantia de R$5 mil. "Eles passaram a chantagear a mulher. Ligavam diversas vezes para a casa dela. E, à medida que o tempo ia passando, foram diminuindo o valor que teria de ser pago para que ela não fosse denunciada", disse.

A Corregedoria montou uma campana na casa dessa mulher e presenciou o momento em que o informante ligou para o policial combinando o local onde o dinheiro deveria ser pego. Evani foi preso exatamente no momento em que pegou o pacote. Em depoimento, o policial disse que estava trabalhando e que toda a ação fazia parte de uma investigação. Mas, mesmo com a negativa do policial, o informante Luiz ratificou que já havia atuado a mando dele em outras ocasiões.

O policial civil, que já tem mais de cinco anos na carreira pública, foi levado para a sede da Gerência de Policiamento (Gepol), no bairro Centro América.

Os outros dois policiais que estariam envolvidos no crime ainda não prestaram depoimento e poderão responder o processo, que pode render até 4 anos de prisão, em liberdade.

O corregedor não soube informar se a vítima da extorsão, identificada como Elisângela, já tinha passagens. "Mesmo que esse fosse o caso não se justificaria esse tipo de ação por parte do policial", frisou.

A reportagem tentou falar com o presidente do Sindicato dos Agentes Policiais (Siagespoc), Cledson Gonçalves, por celular, por volta das 20h, mas não conseguiu contato.





Fonte: A Gazeta

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