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Internacional
Quinta - 10 de Março de 2005 às 22:14

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A operação do exército israelense para assassinar um militante da Jihad Islâmica acusado de envolvimento no atentado de Tel-Aviv no mês passado levou o presidente da ANP, Mahmoud Abbas (Abu Mazen), a acusar Israel hoje de não cumprir a trégua estipulada em 8 de fevereiro, em Sharm El-Sheikh, no Egito.

Abbas também acusou o governo de Ariel Sharon de estar prolongando o prazo para a retirada militar israelense e a transferência à Autoridade Nacional Palestina (ANP) do controle da segurança das cidades cisjordanianas de Jericó e Tulkarem. Segundo o presidente palestino, "a entrega do controle de Jericó e Tulkarem às forças palestinas de segurança foi adiada por causa do atraso israelense na aplicação do estipulado" na cúpula no balneário egípcio de Sharm El-Sheikh.

Na localidade, às margens do Mar Vermelho, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, e o presidente da ANP declararam uma trégua de toda forma de violência e anunciaram uma série de medidas para reconstruir a confiança perdida em quatro anos de Intifada. Entre as decisões, o chefe do governo israelense se comprometeu a libertar 900 presos palestinos - dos quais 500 foram libertados no mês passado -, a autorizar a volta dos palestinos deportados para suas casas na Cisjordânia e a transferir à ANP o controle da segurança de cinco cidades cisjordanianas: Ramalá, Belém, Kalkilia, Tulkarem e Jericó. v Mas nas duas reuniões feitas na quarta-feira para a transferência de Jericó, israelenses e palestinos não chegaram a nenhum acordo, o que levou funcionários da ANP a acusar os comandantes militares israelenses de rejeitar o fim dos postos de controle em torno desse distrito.

Além disso, na terça-feira passada, o ministro israelense da Defesa, Shaul Mofaz, se reuniu com o presidente palestino para estudar a transferência de Tulkarem e Jericó para os palestinos. Depois da reunião, Mofaz limitou-se a dizer que a transferência aconteceria "nos próximos dias", mas não deu datas concretas.

Em declarações hoje à imprensa, Abbas criticou duramente Israel por supostamente tratar sobre detalhes em suas últimas reuniões que antes não tinham sido mencionados. "Chegamos a acordos em muito assuntos na cúpula de Sharm El-Sheikh e depois descobrimos que os israelenses começaram a discutir detalhes que não tínhamos tratado nem antes nem depois da cúpula", disse.

O assassinato hoje de Abdel Latif Abu Jalil, 25 anos e militante da Jihad Islâmica, acirrou ainda mais os ânimos e colocou em xeque a organização palestina, que poderia avaliar seu compromisso de trégua alcançado com Abbas. Jalil era acusado pelo exército israelense de estar envolvido no atentado suicida de 25 de fevereiro em Tel-Aviv, em que cinco israelenses morreram, e também de ter participado da preparação de um ataque com carro-bomba contra posições militares, que foi frustrado pelos soldados israelenses no final do mês passado, no norte da Cisjordânia.

Abu Jalil morreu esmagado nesta manhã pelos escombros do edifício onde tinha se refugiado e que foi demolido pelo exército israelense.

Antes, as tropas israelenses tinham cercado o militante palestino e exigiram que se entregasse, segundo fontes militares. O ativista tinha se entrincheirado no edifício e recebeu os soldados a tiros, matando um cão farejador que o exército israelense enviou para entrar na casa.

Abbas foi enfático: "O que preciso agora é que Israel pare imediatamente com este tipo de ação". Abbas disse que a solução para o problema dos milicianos palestinos procurados por Israel será resolvido com a retirada israelense das cidades palestinas. "Se Israel se apressasse em sair das cidades, o assunto dos milicianos procurados seria resolvido", disse Abbas.

O presidente palestino sugeriu a conveniência de envolver uma terceira instância para que faça a mediação entre israelenses e palestinos, com o objetivo de "indicar quando alguém cometer um erro e tentar resolver isso para manter o processo em movimento".

Por sua vez, o ministro de Planejamento da ANP, Ghassam Jatib, condenou a morte do ativista palestino e disse que "a retomada dos assassinatos representa um perigoso sinal".





Fonte: EFE

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